Dr. Santana pediu que o povo saía às ruas e peça eleições diretas para o retorno do Estado Democrático de Direito. Segundo ele, o atual sistema democrático capitalista ruiu, porque os atuais eleitos, na maioria, são favorecidos pelo abuso do poder econômico. “Foi o que vimos acontecer, com raras exceções. E isso vem de muito tempo”, avaliou.
Para o petista, a corrupção que hoje escandaliza a população já foi maior no passado. Conforme salientou, o dinheiro da compra de votos no País é oriundo das empresas, que financiam eleições de parlamentares objetivando que eles defendam os interesses privados delas. “Só o povo participando para mudar. É preciso também mudar as regras do processo eleitoral, para afastar o capital do processo eleitoral”, sugeriu.
Ao avaliar os acontecimentos políticos, desde a posse de Michel Temer, Dr. Santana reiterou que houve um golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff. De acordo com ele, o objetivo foi aprovar medidas contra os trabalhadores - como as reformas trabalhista e da Previdência. “Está em curso a segunda fase do golpe, que é fazer com que o Congresso eleja o sucessor (de Temer)”, alertou.
Na avaliação de Dr. Santana, a corrupção só será erradicada no Brasil com o fim da impunidade. “Precisamos de uma lei que sirva para todos, sem discriminação e proteção”, defendeu.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) pediu sobriedade e lucidez neste momento. “Tem gente séria no PMDB e no PSDB, apesar de Temer e Aécio. Não devemos cometer o mesmo erro dos adversários. Temos de lutar pelas Diretas Já de maneira constitucional. Tempos de mobilizar a sociedade para isso”, afirmou.
A deputada Rachel Marques (PT) informou que tramita no Congresso uma proposta de emenda à Constituição (PEC), do deputado Miro Teixeira (Rede), que permite eleições diretas para a Presidência em caso de cassação do presidente e do vice.
Já o deputado Fernando Hugo (PP) lembrou o envolvimento de tesoureiros do Partido dos Trabalhadores (PT) em atos de corrupção. “Todos os partidos têm máculas”, asseverou.
O deputado João Jaime (DEM) avaliou que esse é o momento mais grave da história do Brasil, e não deve ser politizado. “Eleição direta não é o melhor para o Brasil. Mas o presidente Temer não tem como se sustentar”, comentou.
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