Pré-candidato do PSDB ao Governo do Estado, o general Guilherme Theophilo disse ontem, em entrevista, que tem sentido, na pré-campanha, uma "adesão" de políticos e da população à sua candidatura, embora reconheça ser desconhecido por parte do eleitorado, e destacou que acredita que receberá o apoio do PV até a convenção que oficializará a coligação até agora formada por PSDB e PROS, no próximo domingo (29). Ele manteve discurso de renovação e, em crítica ao governador Camilo Santana (PT), frisou que não fez nem fará "conchavos" com partidos envolvidos na Operação Lava-Jato, minimizando o fato de que, nacionalmente, o PSDB deve compor coligação com partidos do "Centrão", que têm membros afetados pela operação.   O tucano participou, no fim da tarde de ontem, do encontro estadual do PSDB Mulher, realizado no Hotel Luzeiros, em Fortaleza. O evento, que reuniu filiadas ao PSDB e ao PROS, teve, em um primeiro momento, pronunciamentos de Sheila Diniz, presidente do PSDB Mulher no Ceará, da médica Mayra Pinheiro, que deve disputar cargo neste ano, e da deputada estadual Fernanda Pessoa, única mulher da sigla tucana a ocupar cadeira no Legislativo pelo Ceará.   Depois, também discursaram o presidente estadual da sigla, Francini Guedes, o ex-senador Luiz Pontes, os deputados Raimundo Gomes de Matos (federal) e Carlos Matos (estadual), a esposa do general Guilherme Theophilo, Silvana Cavalcante, e o próprio pré-candidato a governador, além de outros filiados. A presença da ex-deputada constituinte Moema São Thiago, pré-candidata a deputada federal, também foi ressaltada por vários dos presentes.   Apoio   Ao avaliar a pré-campanha, o general Theophilo sustentou que, nas viagens que faz a municípios do Interior do Estado, acompanhado, em algumas oportunidades, pelo senador Tasso Jereissati (PSDB) e pelo deputado estadual Capitão Wagner (PROS), tem percebido uma "adesão por parte de políticos, por parte da população em geral".   "A gente vê que o povo quer mudança, o povo quer segurança, o povo quer emprego, no nosso Interior está faltando emprego, então são anseios que nós já estamos preparando o nosso projeto de governo baseado nessas necessidades do nosso povo", relatou. "Eu estou tendo uma facilidade muito grande de vender o nome do PSDB pela renovação".   Perguntado sobre o encontro que teve com o presidenciável da legenda, Geraldo Alckmin, na semana passada, ele ressaltou que os dois trataram de "projeto de governo", e não de financiamento de sua campanha pelo partido, ainda que Alckmin seja presidente nacional do PSDB.   "Estamos falando de nova política, de novidade. Vamos esquecer aquele passado de conchavo político", defendeu. "Fui mostrar ao nosso pré-candidato à Presidência qual é a proposta do general Theophilo, do (economista) Marcos Holanda, das pessoas que estão comigo trabalhando nesse projeto de governo. Ele ficou morto de satisfeito, tirou cópia do nosso projeto", citou.   Agregar   Ao comentar sobre o arco de aliança oposicionista, o pré-candidato sinalizou que espera pela adesão do PV. "O PV, do vereador Célio Studart, já acenou que possivelmente deve fechar com a gente, vai agregar muito. Existem alguns deputados que estão conversando, de outros partidos, mas a nossa condição é que não tenham ninguém no Lava-Jato, sejam partidos idôneos".   Questionado sobre como avalia a união entre o PSDB e o "Centrão" nacionalmente, já que a aliança com partidos que têm envolvidos na Lava-Jato vai de encontro ao discurso que adota no Ceará, o general Guilherme Theophilo disse que é "muito novo na política para falar sobre o PSDB nacional". "O meu PSDB é o PSDB do Ceará, é o PSDB do senador Tasso Jereissati".   Francini Guedes, por sua vez, informou que o senador Tasso Jereissati chegou ontem de viagem e, ainda nesta semana, devem ser definidos os candidatos a vice-governador e a senador, que completarão a chapa com o general Theophilo e o pré-candidato do PROS ao Senado, Luís Eduardo Girão.