O deputado estadual Capitão Wagner (Pros) se reuniu, ontem (9), com o diretor da Força Nacional, o coronel Aginaldo de Oliveira, e o secretário nacional da Segurança Pública, general Guilherme Theophilo. Ele conta que o encontro discutiu a crise na segurança vivida pelo Estado do Ceará e adiantou que devem ser divulgadas novidades no fim de semana, quando o general deverá se encaminhar para a capital cearense.
“A gente viu uma mobilização muito grande aqui da Secretaria de Segurança Pública, do ministro da Justiça e da Força Nacional para atender os pedidos do Ceará”, diz ele, destacando o contingente de 422 homens e 96 veículos disponibilizados pelo Governo Federal ao Estado.
O Capitão adiantou que está sendo trabalhada a possibilidade de a Força Nacional utilizar, no embate contra as facções, outra ferramenta que ainda não pode ser divulgada, por motivos estratégicos. “Por questão de responsabilidade e de estratégia, é interessante que não se divulgue, pois o trabalho policial tem essa característica, e temos que pegar o inimigo de surpresa”, justificou.
A reportagem tentou entrar em contato com o general Theophilo, mas foi informada que ele não pôde atender ao longo do dia por estar “constantemente de sobreaviso”, tratando de questões relacionadas aos ataques. Já o telefone do deputado Capitão Wagner, por sua vez, ficou fora de área durante toda tarde e início da noite.
União
Com a movimentação para enfrentar as investidas das organizações criminosas, o Capitão tem adotado discurso de união com o Governo do Estado, a quem faz oposição, para resolver o problema. “Conversar com um adversário político não faz de mim menos opositor dele. Liguei sim para o governador Camilo Santana para relatar problemas, apoiar o que considero acertos e elogiar a escolha de Mauro Albuquerque para secretário da Administração Penitenciária”, publicou ele em rede social, na última terça-feira (8).
Mauro Albuquerque foi escolhido para liderar a Secretaria de Administração Penitenciária, criada pelo Governo do Ceará ao final de 2018, com a reforma administrativa enviada ao Legislativo. Já tendo atuado na Secretaria de Justiça de Rio Grande do Norte, ele tem se comprometido a minar a atuação das facções dentro dos presídios, recolhendo aparelhos celulares e revendo a logística de divisão de presos pela organização criminosa a que pertencem.
Para Wagner, a gravidade da situação exige que haja um entendimento entre as forças políticas do Estado para encontrar a melhor solução para o problema, ressaltando, ainda, que não deixou de ser oposição. “Em momento nenhum deixei de apontar que há problemas na gestão. Mas a gravidade do momento pede união. O bem-estar e a segurança da população devem estar acima de qualquer disputa política”, defendeu, na mesma ocasião.