O deputado estadual Capitão Wagner (PR) disse, ao jornal O Estado, que irá se reunir com o senador Tasso Jereissati (PSDB) no início de janeiro, para fechar uma estratégia sobre o rumo a ser adotado pela oposição no Estado do Ceará. A questão a ser resolvida é se ele será ou não o nome da oposição ao Governo do Estado em 2018. Wagner revelou que, se não houver organização da oposição “agora”, não colocará seu nome a disposição e disputará uma das vagas à Câmara Federal.
“Devo me reunir com senador Tasso [Jereissati] na primeira semana de janeiro, para que, de fato, possamos nos organizar. Não dá para deixar para as vésperas da eleição. A máquina é pesada. Vi isso na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. As pesquisas me colocavam na frente e a força da máquina fez com que Roberto Cláudio passasse ainda no primeiro turno e venceu com 7 pontos de diferença.
Ou se organiza agora, ou não colocarei meu nome. Tenho deixado isso claro para o senador, assim como para os demais membros de oposição”, frisou ele, completando, “se não ficar decidido, agora em janeiro, eu vou pleitear o cargo de deputado federal”.
A pressa é justificada pelo parlamentar. De acordo com ele, “pesquisas internas” apontam crescimento do governador Camilo Santana, o que, para Wagner, acontece devido a ausência de um adversário.
O oposicionista avaliou que o nome do ex-vice governador Domingos Filho é “forte” para disputar a sucessão do governador Camilo Santana. Isto porque, segundo o republicano, o conselheiro conhece os bastidores e poderá viabilizar seu nome. Mas, além dele, outros nomes correm por fora, como Roberto Pessoa (PR) e Geraldo Luciano (PSDB). Nos bastidores, fala-se que o empresário Igor Queiroz poderia disputar o cargo. “Podemos ter surpresas. Mas, para disputar, precisamos ter uma definição”, ressaltou ele.
Ele lembrou que, em 2016, a disputa pela Prefeitura de Fortaleza foi “democrática” devido o número de candidatos, o que proporcionou ao prefeito Roberto Cláudio assimilar algumas ideias propostas pelos adversários.
Segurança
Em entrevista, Wagner expressou crítica à atual gestão estadual, sobretudo na área da segurança pública. “O governo continua errando, investindo apenas em ações ostensivas. Ações de compra de viaturas e contratação de novos profissionais são ações ostensivas. Não é ela sozinha que irá reduzir a violência. A polícia judiciária continua sucateada. Governador tá prometendo contratar mais 730 policiais civis. Precisamos parabenizar, mas precisamos também reconhecer que são insuficientes”, salientou o parlamentar.
O deputado cobrou mais uma vez a instalação da CPI do Narcotráfico na Assembleia Legislativa e frisou que a comissão “está para ser instalada na Casa” há dois anos e oito meses, mas o Governo “não tem coragem” de investigar o narcotráfico, “nem mesmo instalar bloqueadores de celulares nos presídios e também de cobrar uma postura do Judiciário”.
Wagner criticou, ainda, a estratégia de cobrar do Governo Federal investimentos em segurança pública. Para ele, durante o governo Dilma Rousseff, não houve cobranças semelhantes. “A estratégia é jogar para o governo federal. No governo Dilma, não se via esta postura. Realmente, o investimento é pouco. Mas falta coerência no discurso”, disse o deputado.