Os vereadores que estrearam mandatos na Câmara Municipal de Fortaleza, este ano, chegaram ao Legislativo embalados pelo desafio “mostrar serviço” e garantir destaque entre os colegas. Além da necessidade de participar de um debate intenso sobre as prioridades da capital cearense, os novatos tentam sobressair entre os demais parlamentares veteranos. Os vereadores de primeiro mandato, ouvidos pelo jornal O Estado, admitem que esta não será uma tarefa fácil, mas não impossível de ser alcançada e, para isso, já traçaram estratégias e afinaram o discurso entorno dos projetos a serem apresentados e defendidos na tribuna do Legislativo municipal.
“É um grande desafio. Não tenho currículo político. É a primeira vez que me candidato. Então, tive a graça de ser eleita. Tudo é aprendizado. Tudo é muito novo. Estou animada. Estava ali na campanha, no debate, nas discussões de propostas. Agora, não. Agora, é hora de usar as ferramentas para realizar aquilo que acreditamos ser benéfico para cidade”, frisou a vereadora Priscila Costa (PRTB).
Ela destacou que, apesar de não ter vivência legislativa, buscará apreender com os veteranos e também com a população. “Estou ouvindo e disposta a aprender com outras pessoas, principalmente com o povo”, disse, acrescentando que “é o povo que vivencia as problemáticas da cidade e será deles que virão as principais soluções”. Se intitulando “pró-vida”, a parlamentar já apresentou sugestão para construção da casa de amparo a mulheres grávidas em situação de vulnerabilidade.
Espelho
Novato, o vereador Iraguassu Filho (PDT) espelha-se no legado deixado pelo pai, o ex-vereador Iraguassu Teixeira, parlamentar por sete mandatos consecutivos, para desempenhar seu primeiro mandato. Ele destacou que, em momentos delicados, buscará o debate no “campo das ideias”, exigindo maior serenidade e eficiência no cumprimento da atividade como legislador. “Sabemos que existirão momentos difíceis, mas tudo será debatido no campo das ideias. Será assim que irei me posicionar”, disse ele, citando as discussões envolvendo o Uber e reivindicação dos servidores municipais pelo reajuste salarial. “Não será uma discussão que deve ser feita a colcha de retalhos”.
Sabedor do atual momento pelo qual passa o país, o parlamentar defende que novos vereadores devem tentar atender a população em suas “reais necessidades” e, para tal, vê como papel fundamental o alinhamento do Poder Legislativo com o Poder Executivo, “claro, sem perder a veia inovadora, no sentido de melhoria para as comunidades”.
Já Renan Colares (PDT), filho do deputado estadual Fernando Hugo (SD), aposta nas experiências obtidas no Executivo, quando esteve à frente da Secretaria Regional VI para obter sucesso à frente do seu primeiro mandato eletivo. Apesar da referência familiar na política, promete construir sua própria identidade. Inclusive, diz que abraçará as problemáticas da juventude.
“Independente da experiência, vou realizar um trabalho organizado”, disse, fazendo referência aos temas que devem ser trazidos por ele para discussão na tribuna do Legislativo. Além da juventude, afirmou que debaterá os problemas envolvendo a área da saúde, educação e segurança pública.
Diálogo
Para que as mudanças necessárias não fiquem apenas na teoria, o vereador Michel Lins (PPS) pregou um mandato aliado a comunidade. A missão, segundo ele, é trazer para seu mandato as sugestões colhidas junto à população. Para isso, afirmou que só apresentará propostas formais, após abrir debate com diversos segmentos.
Inclusive, o parlamentar antecipa que já iniciou conversas aos representantes do setor de turismo. “Precisamos arregaçar as mangas para os problemas da cidade, conversando com as comunidades e abrindo a Câmara pro debate”, projeta, ressaltando que vai “ouvir primeiro e, com base nisso, apresentar propostas” na Câmara Municipal.