Menos recursos, tempo reduzido de campanha e espaço menor no horário eleitoral. Em 2016, as mudanças na lei eleitoral e a presença maciça da Internet nas interações sociais convergem para dar relevância máxima às redes sociais, e sem precedentes no histórico de campanhas eleitorais do País.
O deputado estadual Capitão Wagner (PR) é um dos mais ativos no Facebook, seja por frequentes transmissões ao vivo, vídeos elaborados ou enquetes de interação com o internauta. Para o coordenador-geral de campanha do candidato à Prefeitura de Fortaleza, Walter Carvalho, a rede social é “importantíssima”.
“O tempo de campanha é curto e é uma forma de trabalharmos naquilo que ele (Capitão Wagner) tem desenvoltura, pois já tinha empreendido um trabalho nas redes sociais. É um foco fundamental todo o nosso envolvimento nelas”, afirma Walter Carvalho.
Para candidatos como João Alfredo (Psol), que tem apenas 13 segundos para programas em cada bloco no horário eleitoral, as redes sociais são braço vital da campanha.
“Estamos investindo muito em produtos multimídia para quando começar o horário eleitoral. Os programas vão praticamente chamar para vídeos mais longos e elaborados na Internet. O Facebook é que vai ser o nosso canal, de fato, de ampliação de diálogo”, conta Helena Martins, coordenadora de comunicação da campanha de João Alfredo.
De acordo com W. Gabriel, consultor de marketing digital, o caminho a ser percorrido na Internet é mesmo o Facebook. “Ele detém a maioria esmagadora de visibilidade sobre toda e qualquer campanha. Outras redes sao importantes? Claro. Mas, se tiver pouco tempo, precisa se concentrar no Facebook”, sugere o especialista.
Gabriel afirma que, pela primeira vez, as redes sociais têm “máxima importância” numa campanha eleitoral. “Antes era mais um laboratório. Agora, é ponto estratégico de campanha”, avalia.
Segundo ele, porém, os candidatos ainda têm “posicionamento pouco conversacional” nas redes, por “medo de abrir a porteira para reclamações”, e não se expõem “como pedem as mídias sociais”. O especialista alerta ainda para o perigo de ações, como mascotes e cartuns, de gerar dissonância com a figura real do político.
SAIBA MAIS
Postagens
O consultor de marketing W. Gabriel crê que a frequência de postagens é um perigo. “Postar de hora em hora é como uma pessoa tocando sua campainha de hora em hora. É chato. O melhor é agrupar postagens em uma, até porque uma nova publicação tira a relevância da anterior”, diz. Ele destaca a importância de responder comentários, mas pede cautela. “O principal risco é a língua do candidato. Não pode perder a cabeça.”