As novas regras de financiamento de campanha exigem que candidatos adotem estratégias para se destacar durante a disputa. Com dinheiro mais curto, a maioria deles aposta na força da militância, no trabalho voluntário, no poder de convencimento e no fundo partidário para suprir as grandes doações de empresas.   LEIA TAMBÉM PT voltará às origens, diz tesoureiro de Luizianne Ponto de vista       Em eleições anteriores, até 70% do financiamento vinha de pessoas jurídicas. Depois da Operação Lava Jato, instituições eleitorais prometem maior rigor na fiscalização das campanhas, o que pede ainda mais atenção dos tesoureiros e captadores de recursos.    Para evitar problemas com as novas regras, o candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo PHS, Tin Gomes, investiu em contratos com empresas de contabilidade e da área jurídica.    De acordo com o tesoureiro de Tin, Rômulo Leitão, as redes sociais estarão na lista de prioridades porque não geram muito custo. Ele diz que uma das maiores dificuldades da candidatura é planejar gastos sem saber quanto será arrecadado.     “O gasto maior sempre é publicidade, rádio e televisão, mas há ainda pequenas coisas, como alimentação de quem faz a campanha”, afirma.     Coordenador de campanha de Ronaldo Martins (PRB), Euler Barbosa admite que a principal fonte de renda será o fundo partidário. Euler estima gastos de R$ 300 mil com programas de 31 segundos no horário eleitoral.     “Este ano está bem mais apertado. Temos outras duas campanhas grandes no Brasil, uma do Celso Russomano em São Paulo e a outra do Marcelo Crivella no Rio de Janeiro. Acreditamos que, pelo peso das duas maiores capitais, vai acabar sobrando muito pouco pra gente”, calcula.     Quem também confia em boa arredação pelo fundo partidário da aliança PR/PMDB/PSDB/SD é o coordenador de campanha de Capitão Wagner (PR), Walter Carvalho.“Nossa eleição será franciscana. Contaremos com apoio daqueles que confiam na proposta do Capitão Wagner. Ele sempre teve militância nas campanhas para parlamentar”, avalia.     Carvalho afirma ainda que a tesouraria terá uma função mais técnica para manter a transparência durante o processo.   Ao lado do candidato Heitor Férrer (PSB/Rede), o captador de recursos Egídio Guerra aposta no discurso de oposição. “Como estratégia, usaremos o diálogo. Queremos que as pessoas doem por acreditar nas ideias. Não temos desejos de grandes estruturas. Vamos otimizar os poucos recursos que temos.”     O POVO procurou os responsáveis pelas finanças da campanha à reeleição do prefeito Roberto Cláudio (PDT), mas a assessoria do candidato informou que não se manifestaria.       SAIBA MAIS     Formas legais de arrecadar     - Recursos próprios do candidato;     - Doações de partidos políticos (oriundas de pessoa física, fundo partidário, contribuição de filiado, comercialização e eventos de arrecadação para campanhas);    - Doações de outros candidatos;     - Receita da venda de bens;     - Receita da promoção de eventos;    - Receita de aplicação financeira dos recursos de campanha;     - Doações financeiras de pessoas físicas;     - Doações estimáveis em dinheiro de pessoas físicas.     A promoção de jantares e outros eventos para arrecadação é permitida, mas precisa seguir uma série de regras, como comunicação à Justiça Eleitoral com antecedência mínima de cinco dias úteis. O montante bruto dos recursos arrecadados deverá ser depositado na conta bancária específica de campanha, antes da utilização.