Vereadores de Fortaleza, ontem, não escondiam suas preocupações com o fechamento das coligações proporcionais
( foto: Natinho Rodrigues )
Na véspera da convenção do PDT, ocorrida na noite de ontem, o clima de indefinição na formação das coligações partidárias dos aliados do prefeito Roberto Cláudio (PDT) para a disputa proporcional agitava os bastidores da Câmara Municipal. Os vereadores da base, impactados diretamente com os acordos entre as siglas, discutiam as possíveis alianças proporcionais e as chances de cada partido na eleição em outubro próximo.
O interesse dos vereadores nas coligações proporcionais estava relacionado diretamente à perspectiva de sucesso eleitoral, posto existir o entendimento de que a renovação na Casa, com o pleito deste ano, será uma das maiores dos últimos pleitos, principalmente em razão do número de candidatos à Câmara Municipal somado aos desgastes da classe política.
Entre os burburinhos nos corredores do Legislativo municipal, ontem, era apontado o nome do vereador Salmito Filho (PDT), presidente da Câmara, como cotado para ser o candidato a vice na chapa encabeçada pelo prefeito Roberto Cláudio. O nome do deputado federal Moroni Torgan (DEM) também era colocado, embora, anteriormente o deputado federal já houvesse declarado não interesse no posto, por preferir permanecer com o mandato em Brasília.
Nos últimos dias, a Casa Legislativa abrigou diversas reuniões, inclusive na sala da Presidência, entre os aliados do prefeito que tentavam acordar as coligações proporcionais. O deputado federal Roberto Mesquita, presidente municipal do PSD, foi um dos que estiveram no local.
Na última quarta, membros do PDT, como Renan Colares, filho do deputado estadual Fernando Hugo, e Iraguassú Teixeira, filho do vereador Iraguassú Teixeira, além dos 14 vereadores que vão tentar reeleição, participaram de uma reunião com José Queiroz Maia Filho, chefe de gabinete do prefeito e presidente municipal do PROS, articulador das coligações proporcionais das agremiações aliadas ao prefeito da Capital.
Agradaria
Preocupados com a possibilidade de renovação na eleição proporcional, os vereadores pedetistas manifestaram o desejo da coligação com partidos aliados para conseguir preencher o maior número de vagas na Casa. Alguns apontavam a vontade de ter qualquer sigla na aliança proporcional. Contudo, a chapa PDT, PROS, PTB e PP foi a mais citada entre eles. Houve ainda quem reclamasse da possível inclusão do PROS, que deve ter uma média de 20 mil votos, por entender que a sigla poderia tomar uma vaga do próprio PDT.
Já os vereadores a favor da coligação PDT, PROS, PTB e PP defendiam que como o PROS, o PTB e o PP podem até fazer um vereador, cada agremiação, a sobra dos votos desses partidos iria para os postulantes do PDT. O medo dos pré-candidatos das outras siglas é perder a vaga.
Nos corredores da Câmara os parlamentares pedetistas avaliavam que em um cenário ruim o PDT, com chapa pura, poderia fazer de sete a oito cadeiras. Numa perspectiva otimista, o número chegaria a 11. Já coligado com os outros três partidos, a chance da chapa seria de eleger até 15 postulantes. A análise é que os mais votados devem ter de 12 a 10 mil votos.
Até o início da tarde ontem, horas antes da convenção, um outro impasse era registrado entre mais cinco partidos. A possível coligação DEM, PCdoB, PSD, PMB e PSL seria uma das ideias, mas não agradaria ao PSL, comandado pelo vereador José do Carmo. Diante disso, o DEM, que inclusive havia marcado sua convenção para a parte da manhã, adiou a homologação dos seus nomes e da coligação para o fim da tarde ou mesmo junto com a do PDT. Poucas horas antes da realização da convenção do PDT, a coligação proporcional PSC, PSDC e PV era a única que estava acertada.