Na próxima semana, conforme explicou o deputado, há a previsão de uma reunião do Colégio de Líderes com a Mesa Diretora da Casa, para tratar de um movimento pela conclusão das obras de transposição do São Francisco. Capitão Wagner adiantou que vai pedir, na ocasião, uma definição sobre a CPI.
“Queremos saber se a comissão vai ou não ser instalada. Vale salientar que o requerimento foi uma iniciativa dos deputados da bancada governista. Eu me proponho presidir ou fazer a relatoria, se os demais parlamentares estiverem com medo”, acentuou Capitão Wagner.
Para justificar a instalação da CPI, o deputado lembrou que, durante o ano passado, caíram os números de homicídio, “sem que houvesse um esforço do Estado para isso”. Para ele, os assassinatos diminuíram por causa de um pacto celebrado entre facções criminosas. Porém, este ano, conforme explicou Capitão Wagner, parece que o pacto se rompeu, e os números voltaram a aumentar. “E o Governo do Estado resolveu manter-se em silêncio.” Para o deputado, essa realidade só poderá ser mudada se houver um serviço de inteligência e com integração das forças de segurança.
“Em abril os assassinatos bateram recorde, em relação aos últimos cinco anos. Para piorar a situação, esse ano já foram oito policiais mortos. A tendência é se repetir os 30 homicídios de agentes de segurança do ano passado.”
Capitão Wagner, que disputou a Prefeitura de Fortaleza, no ano passado, lembrou que, durante o debate eleitoral, a solução para a segurança era construir areninhas e substituir lâmpadas queimadas na iluminação pública. “Mas cadê o resultado”?
O parlamentar avaliou ainda que é o sistema que financia o crime organizado, quando deixa os presídios sob o comando de facções criminosas. “O poder está dividido entre PCC e Comando Vermelho. Devemos sentar e discutir. O momento é urgente para abrir a CPI do Narcotráfico”, disse.
Em aparte, o deputado Ely Aguiar (PSDC) assinalou que há na Assembleia uma preocupação com a segurança pública. Muitos deputados, mesmo sem entender de segurança, percebem que houve um pacto entre facções, e “o pacto agora foi para o brejo”.
O deputado Carlos Matos (PSDB) disse que a situação do Ceará é muito grave. Segundo ele, o Governo não quer resolver e prefere utilizar recursos em áreas supérfluas, como a construção do Acquario. O deputado Roberto Mesquita (PSD) afirmou que a política do Estado beira à imoralidade, quando faz acordo com criminosos.
O deputado Leonardo Pinheiro (PP), também em aparte, explicou que, em matéria publicada hoje no jornal O Estado, seu nome saiu trocado com o do deputado Leonardo Araújo (PMDB).
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