De acordo com Tomaz Holanda, há “uma coisa muito escabrosa acontecendo na Secretaria”. Ele enfatizou, inúmeras vezes, a integridade do ex-secretário, que entregou o cargo após quatro meses de gestão. “Apesar de ele não ter dito exatamente o que houve, acredito que ele deixou a Pasta para não se comprometer”, avaliou.
Durante a reunião, o ex-secretário afirmou que estados como Pernambuco e Bahia têm um repasse para a saúde 25% maior que o direcionado ao Ceará. Carlile Lavor também informou que, ao assumir a Pasta, a rede hospitalar do Estado era gerida, quase na totalidade, pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). Segundo ele, metade do orçamento do instituto seria o suficiente para cobrir toda a rede de hospitais filantrópicos e polos do Estado.
Tomaz Holanda avaliou a situação como “preocupante”. “O governador participou de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff, mas nada foi decidido. Enquanto isso, as pessoas continuam sendo atendidas no chão dos hospitais. A única saída para o cearense tem sido rezar para não adoecer”, criticou.
Em aparte, o deputado Agenor Neto (PMDB) também defendeu a postura do ex-secretário e expressou preocupação. “Da reunião com a presidente, o governador saiu de mão abanando, mesmo com todas as reportagens, em nível nacional, explicitando o caos em que se encontra a saúde do Ceará”, lamentou.
Já o deputado Danniel Oliveira (PMDB) frisou que, mesmo sendo anunciado um corte de 20% nos gastos com saúde, unidades como o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) sofreram uma redução de até 50% do orçamento. “O que ficou claro é que o ralo do dinheiro está nessa gestão feita pelo ISGH. Falta descobrir se tem rato nesse ralo”, comentou.
PE/GS