“Se eram repassados R$ 22 milhões e o hospital se mantém com R$ 17 milhões, e ainda assim fechou o ano com dívida, para onde foram os R$ 4 milhões excedentes?”, frisou.
De acordo com Carlomano Marques, apesar dos repasses, o Hospital Regional de Quixeramobim está fechado e o de Juazeiro do Norte funciona pela metade, a exemplo do Hospital Regional de Sobral.
O deputado também afirmou que o ex-secretário negou a existência de um acordo oficial entre o Estado e o Governo Federal para o custeio das unidades hospitalares implantadas. “Lavor também esclareceu que a tabela do SUS não é reajustada porque a ideia é forçar para que todos os hospitais sejam públicos no País, eliminando a rede conveniada”, disse.
De acordo com o peemedebista, Carlile também revelou que o paciente em um hospital público custa o dobro do que se gasta em um hospital conveniado. “Ele quis, no exercício do cargo, prestigiar os hospitais filantrópicos, que custam a metade do que se paga na rede pública. Existem ainda as cooperativas de profissionais que cartelizaram parte da medicina, sangrando até não mais poder o erário público”, disse.
Carlomano revelou também que Carlile apontou como solução da crise a realização de concurso público para substituir os médicos cooperados, com os prefeitos organizando a atenção básica de saúde, com um clínico geral, um cirurgião, um traumatologista, um anestesista e pediatra em cada município. “Assim, haverá atendimento de qualidade para todo o Estado. Mas, ao contrário disso, à medida que o Governo abre hospitais estaduais, os prefeitos fecham os hospitais municipais”, revelou.
Carlomano também apontou o descaso de alguns prefeitos com a área da saúde, que sobrecarregam com pacientes os hospitais de referência de sua região. Ele criticou especificamente a Prefeitura de Pacatuba, que remete cerca de 85% dos pacientes referenciados para Maracanaú, apesar de possuir 21 equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) e mais de 100 agentes de saúde. “O prefeito acha mais fácil jogar todos os pacientes no lombo de Maracanaú”.
Lucílvio Girão (SD), em aparte, disse que a solução do problema seria o aumento da tabela de procedimentos do SUS. “Enquanto não for reajustado, não haverá solução”. Salientou ainda que Maranguape recebe recursos para atender a população, mas está transferindo os pacientes para Maracanaú.
O deputado Joaquim Noronha (PP) disse que o problema da saúde é bem extenso, e não se limita a alguns municípios. O parlamentar revelou que recebeu reivindicações de médicos do Cariri que não querem mais atender os pacientes pela falta de condições.
A deputada Fernanda Pessoa (PR) disse que é importante fortalecer os hospitais filantrópicos, pelos baixos custos. Ela lembrou que o Hospital Batista fechou as portas por não ter como se manter.
JS/JU