Roberto Mesquita disse ainda que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) realizou estudos e detectou que os pequenos sistemas de abastecimento de água não estão atendendo a critérios técnicos e são implantados apenas para agradar aliados. O parlamentar defendeu um redirecionamento nessa política para que as comunidades atendidas não fiquem reféns das lideranças políticas. “Se tivermos novamente um período de estiagem, iremos ver uma menor vazão nos poços profundos perfurados”, assinalou.
O parlamentar alertou ainda para a necessidade de o Estado se preparar para um novo período de seca. Ele defendeu a aquisição de estações de dessalinização móveis, para que os equipamentos possam ser utilizados em poços profundos que apresentarem água salobra, e informou que a maior parte do solo do Ceará é cristalino, impróprio para a produção de água potável.
Na opinião do deputado, a política de perfuração de poços é acertada e deve ser incentivada e elogiada, porém é preciso ir além disso, já que o lençol freático não vem sendo recarregado por causa da falta de chuvas. “Precisamos tratar essa água. Temos mecanismos eficientes. Há um custo, mas a tecnologia está à disposição”, frisou.
Em aparte, o deputado João Jaime considerou insuficiente os cerca de 80 poços que são perfurados por mês e as 11 perfuratrizes em operação. “A maioria dos poços ou não consegue atingir a água, ou o líquido é salgado. Porém, apenas perfurar não é atender a comunidade. Há fendas no cristalino que podem ser localizadas, possibilitando a retirada da água”, avaliou. O deputado também frisou que o Ceará precisa de pelo menos mais 100 máquinas de perfuração e dessalinizadores.
O deputado Danniel Oliveira (PMDB) lembrou que apresentou projeto de indicação, aprovado na Assembleia, recomendando a compra de uma perfuratriz para cada um das 33 microrregiões do Estado. Porém, não foi atendido. “Já deveria ter sido decretado o estado de calamidade pública. O sinal amarelo já acendeu há dois anos. Hoje já estamos no sinal vermelho”.
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