O parlamentar observou que, na Itália, matar um policial importa uma pena de, no mínimo, 22 anos, sem nenhum benefício, porque é um crime contra um agente do estado. No Brasil, segundo ele, o assassinato é visto como um crime comum. Ele revelou ainda que ontem também foi baleado um sargento da Polícia, em Fortaleza, e que assaltantes roubaram um veículo e, na fuga, atropelaram e mataram um ciclista, sem que ninguém fosse preso.
Na avaliação de Ely, o ex-secretário da Segurança Pública e Cidadania, Roberto Monteiro, durante o primeiro mandato do governador Cid Gomes, afundou a pasta. Ao final da gestão, ele foi substituído pelo coronel Bezerra, e depois por Servilho Paiva, melhorando um pouco a política de segurança do Estado. “Servilho está fazendo um bom trabalho, mas precisa melhorar muito. Apelo para que o próximo governo coloque em prática um policiamento nas divisas, impedindo a entrada de armas e drogas no Ceará”, clamou o deputado.
De acordo com Ely, as pessoas ficam com medo de transitar nas ruas, e a redução desse temor só depende do Governo. “Já sugeri ao Governo do Estado que fossem reciclados os policiais civis na elaboração dos inquéritos policiais. Muitos dos bandidos conseguem a liberdade por conta de inquéritos mau feitos”, disse.
Para o parlamentar, o Código Penal Brasileiro caducou e não dá mais conta dos crimes que permeiam a sociedade. “Há pouco tempo, a lei previa que a liberdade do detento era após o cumprimento de 1/3 da pena. A legislação foi modificada e agora é 1/6. As alterações estão todas preocupadas com o bem-estar do bandido, e não da população”.
O deputado frisou ainda que está sendo implantada, no Brasil, uma república bolivariana. Segundo ele, a criação dos conselhos populares seria um passo nesse sentido. “Isso é uma ameaça à democracia brasileira e uma ameaça a todos nós”.
Em aparte, o deputado Neto Nunes (PMDB) concordou que a segurança das divisas deve ser prioridade do novo Governo. Ele destacou que a Polícia prendeu 23 pessoas envolvidas com drogas, na cidade de Icó, e, com seis meses, todas estavam de volta às ruas. “Tem de haver uma união entre todos os poderes. Não é admissível que alguém mate um policial e em poucos dias esteja solto, como costumeiramente ocorre”, criticou.
JS/LF