Para ele, há veículos usados para extorquir, “mancomunados com o crime organizado”. O parlamentar disse que escutas da Polícia Federal revelaram a estreita relação de um diretor da revista Veja com o bicheiro Carlinhos Cachoeira na tentativa de pressionar o Governo Federal. “Isso é algo grave no País, quando se associa à ação criminosa para fazer chantagem com o governo”, avaliou. O petista afirmou que a postura da publicação ficou clara nesse último período eleitoral, publicando reportagens com base em mentira e sem qualquer fundamento.
Segundo o deputado, nos países avançados, a democratização dos meios de comunicação é normal e comum. “O contraponto é algo que faz parte a qualquer manual ou jornaleco, mas no Brasil a mídia assumiu partido e é algo grave na construção da democracia”, destacou. De acordo com ele, a mídia brasileira assume a defesa de determinados partidos, mas não de forma explícita. “Nosso sistema de comunicação é antidemocrático e tenta manipular as consciências”, disse.
Professor Pinheiro destacou ainda a importância da reforma política, propondo o fortalecimento dos partidos políticos para pôr fim aos “partidos de aluguel”. “A reforma tem que garantir o fortalecimento dos partidos políticos, e acabar com as coligações proporcionais é importante”, mencionou.
O parlamentar considerou ainda que, para se ter um plebiscito sobre a reforma política, é necessário que se tenha “balizamentos”, propostas que possam ser debatidas com a população.
Em aparte, o deputado Carlomano Marques (PMDB) observou que, diferente do Brasil, nos países mais civilizados a mídia “toma partido e se declara mesmo”. E citou como exemplos jornais dos Estados Unidos, da França e Inglaterra que assumem publicamente a defesa de determinadas candidaturas. “Tem que acabar com a hipocrisia, porque nenhum dos veículos de comunicação é imparcial”, ressaltou. Em relação à reforma política, defendeu o voto distrital e criticou a proposta de obrigar 50% de mulheres e 50% de homens nas listas de candidatos dos partidos.
O deputado Lula Morais (PCdoB) informou que, na última quarta-feira (29), a Rainha Elizabeth II sancionou um sistema de regulação da mídia no Reino Unido, “porque houve exagero, ultrapassaram o limite da ética dentro das escutas telefônicas de personalidades”, pontuou.
LS/CG