“Esses projetos de irrigação e abastecimento são emergenciais e deveriam passar na frente de todos os outros. Passa séculos e todos dizem que vão resolver, mas não são tão prioritários quanto pensamos”, assinalou
O parlamentar reclamou ainda da insuficiência do milho para alimentar o gado no período seco e das dificuldades no atendimento com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo ele, com a falta do milho o gado não tem como se alimentar no período seco, o que vem provocando redução na quantidade do leite fornecido ao Leite Fome Zero. O programa atende crianças de dois a sete anos, matriculadas em creche e pré-escola, cuja família tenha renda per capta de até meio salário mínimo e esteja inscrita no Cadastro Único.
“Quero me solidarizar com o pequeno, médio e grande proprietário, que precisa comprar coisas caríssimas para alimentar seu rebanho”, disse. O deputado acrescentou que a pecuária do Estado “vai diminuir de um terço para frente”. Segundo observou, na região dos Inhamuns a situação é de fome e seca.
Ao mencionar editorial do jornal Diário do Nordeste, o parlamentar observou que em cada bacia do Ceará “há um indicativo muito temerário”. Segundo ele, há evaporação acima da média, em torno de 20%, a cada mês. Isso significa que nosso manancial corre risco grande. Se tivermos um próximo ano difícil, igual a esse, vamos passar extremas dificuldades no Ceará e no Nordeste. Serão escritos novamente `Os Sertões e o Quinze´”, salientou.
Em aparte, o deputado Fernando Hugo (PSDB) ressaltou que o assunto da Transposição e da Transordestina vem sendo abordado por ele na Casa há nove anos. “O êxodo tá aí. Não tem água, o gado morre todo. Se começar a chover em dezembro, só teremos colheita a partir de março e abril”, lamentou.
O deputado Leonardo Pinheiro (PSD) se associou à preocupação, afirmando que a Transposição, avaliada por ele como a obra mais importante do Ceará, resolveria todos os problemas e fixaria o homem no campo. “O gado está morrendo. Não é mais nem de fome, mas de sede, pois em alguns municípios os níveis de água chegaram ao nível zero. A tendência é um inverno abaixo da média. Com as alterações do clima a tendência é piorar nos sertões”, observou.
LS/AT