REGISTRO de candidatura de Lia Gomes havia sido negado por falta de biometria
Mauri Melo
A(AL-CE) pode ter mudança na composição para 2019. O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) realizará retotalização dos votos amanhã, 14, às 9h30min, em virtude da decisão do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) que validou 6.598 votos da candidata a deputada estadual Lia Gomes (PDT).
A comissão de análise será presidida pelo desembargador Haroldo Correia e composta pelos juízes do TRE-CE Alcides Saldanha Lima e Francisco Eduardo Torquato Scorsafava. O órgão informou que apenas o sistema oficial do TSE é capaz de calcular e apresentar os resultados, que podem ou não alterar as vagas.
Diferente da disputa pelos cargos de presidente, governador e senador, as eleições para deputado estadual são proporcionais. Os votos válidos são divididos pelo número de vagas existentes na casa.
A AL-CE é formada por 46 cadeiras. O quociente eleitoral foi de 99.375. Isso significa que esse foi valor mínimo que um partido ou coligação teve de alcançar para eleger um candidato.
O nome de dois deputados eleitos foram ventilados como possíveis prejudicados pela decisão do TSE. O vereador de Fortaleza Soldado Noelio (Pros) e Walter Cavalcante (MDB) poderiam perder a vaga na Assembleia para Lucílvio Girão (PP). Ele é o primeiro suplente da coligação formada por PDT, PP, PR, DEM, PRP e foi apontado por parlamentares da base aliada como principal beneficiário da retotalização dos votos.
Lucílvio evitou comentar o assunto, afirmando que não tinha certeza das informações. Ele disse que não gostaria de falar sobre o caso, para depois recuar. Segundo o deputado, faltaram entre 2.500 e 3.000 votos para conseguir o mandato.
Por nota, a assessoria do Soldado Noelio garantiu que o parlamentar permanece com a vaga. "Ele foi eleito com 24.591 votos e entrou por coeficiente partidário, dentro do número de vagas da sigla, que somou mais de 206 mil votos, garantindo duas cadeiras". "A gente vai estar lá a partir do dia 1º de fevereiro", garantiu Noelio.
Já Walter Cavalcante disse ao O POVO que não acredita que o veredito do TSE modifique o resultados das eleições. "Tomei conhecimento que os votos seriam validados quando estava na Assembleia. Estou tranquilo em relação a isso, eu não saio do sério com esse assunto".
A irmã do ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) e do senador eleito Cid Gomes (PDT) teve registro de candidatura negado pelo TRE-CE por não realizar recadastramento biométrico em Caucaia, seu domicílio eleitoral. Na tentativa de disputar a eleição, ela entrou com recurso no TSE, que concedeu decisão favorável. No entanto, poucos dias antes do pleito, a médica desistiu da disputa, por medo de que os eleitores acabassem "desperdiçando o voto".
"Vou continuar (na política) independente de mandato. Estou pensando em montar uma Organização Não Governamental (ONG) para defender a causa das mulheres", revelou Lia Gomes. Ela ressalta que, por enquanto, não pretende tentar cargo político nas eleições de 2020. (Colaborou Luana Barros)
ISRAEL GOMES