BASE GOVERNISTA defende importância de apoiar a proposta de Camilo Santana
Evilázio Bezerra
A mensagem do governador reeleito Camilo Santana (PT) deve começar a ser discutida ainda nesta semana na Assembleia Legislativa. Segundo os deputados estaduais, o regime de urgência da matéria deve ser votado hoje, mas a votação em plenário deve ficar para a próxima semana. Lida na Casa na última terça-feira, 11, a mensagem prevê extinguir seis pastas das 27 existentes e eliminar 997 cargos comissionados.
O presidente da Casa, Zezinho Albuquerque afirmou que os deputados têm "que dar apoio ao Governo do Estado". "Temos poucos recursos e não sabemos o que vai acontecer ano que vem, então o governador está tomando atitudes muito corajosas. Nós temos que estender a mão e atender a solicitação do governador", ressaltou.
Tin Gomes (PDT) concorda. "O governador tem que se precaver e onde ele
acha que pode economizar, está economizando". Ele aponta que a matéria deve ser aprovada, já que Camilo conta com "ampla maioria (de deputados) a seu favor".
Contudo, Carlos Matos (PSDB) acredita que a extensa base aliada é um problema. "Com a docilidade que eu vejo aqui hoje, é muito difícil que alguma matéria do governo não seja passada", critica. "O governo tem utilizado uma tática que é péssima para a democracia e para a sociedade, colocando as matérias de urgência", explica.
O argumento é reiterado por Renato Roseno (Psol), que aponta que a matéria "chega no apagar das luzes". "Como é que uma reforma administrativa pega de calça curta a Assembleia e o secretariado? É algo no mínimo questionável", ressalta. Evandro Leitão (PDT), líder do governo na Casa, rebate e defende que a matéria está seguindo os "ritos regimentais".
A oposição também indica que a reforma proposta ainda é tímida. "Havia uma expectativa de que fosse reduzida para 14 secretarias. Eu gostaria (ainda) que a gente tivesse um corte da ordem de 30% (dos cargos comissionados)", reforça Carlos Matos.
Heitor Férrer defende que a redução teria que ser mais profunda. "O governador poderia reduzir não só mil, mas três mil (cargos comissionados)".
Para ele, há uma razão simples para o não aprofundamento. "Mantêm-se esses cargos para atender aos apadrinhados da base do governo", resume.
Evandro Leitão contesta os argumentos, explicando que "sempre terão as pessoas que vão criticar que esse número não é o ideal, que pode ser menos ou mais".
Correligionário de Camilo Santana, o deputado Moisés Braz (PT), presidente na sigla no Ceará, ainda está reticente com a matéria. "Tem pontos que são interessantes, tem outros que a gente precisa aprofundar com ele", afirma.
Segundo ele, a bancada do partido deve se reunir hoje e "só depois se posicionar sobre essa reforma". Um dos principais receios do parlamentar é quanto à extinção da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social.
LUANA BARROS