Prestes a completar um ano na coordenação da bancada cearense no Congresso Nacional, o deputado federal Cabo Sabino (no PR até março) aponta avanços do grupo de 22 deputados e três senadores nas pautas que definiu como prioridade em 2017, mas reconhece fatores que, no último ano, impactaram a transferência de recursos para o Estado. Em entrevista ao Diário do Nordeste, ele ressalta ainda que, para além das demandas na Câmara, tem voltado as atenções para a reorganização do PHS no Ceará. Em março, ele assume a presidência estadual da sigla.
Quando foi aclamado por seus pares para coordenar a bancada, Cabo Sabino enumerou como prioridades do grupo, em 2017, Saúde e crise hídrica. Segundo ele, a bancada "militou muito forte" nas duas áreas para garantir transferência de recursos federais ao Estado. Na Saúde, a emenda de bancada era de R$ 112 milhões, mas, após contingenciamento do governo federal, ficou em R$ 68 milhões. Deste total, o parlamentar afirma que o Ceará recebeu R$ 50 milhões até o momento.
A emenda que destinava recursos para ações de convivência com a seca, por sua vez, sofreu impedimento técnico. Cabo Sabino destaca, entretanto, que houve mobilização da bancada junto ao Palácio do Planalto para que a destinação de verbas não fosse comprometida. "Foi permitido que R$ 68 milhões sejam investidos tanto nas questões hídricas do Estado quanto no desenvolvimento regional".
Cabo Sabino se filiará ao PHS em 16 de março, na janela partidária, mas, até lá, a direção provisória do partido é formada por indicados do parlamentar. Ele diz que tem trabalhado para atrair novas lideranças para o partido, que soma, até o momento, entre 20 e 25 pré-candidatos a deputado estadual e até cinco postulantes à Câmara dos Deputados. O parlamentar descarta coligação com outras siglas para disputar vagas na Assembleia, mas tem interesse em coligação para deputado federal com o PROS. O deputado estadual Capitão Wagner, que assumirá o partido, porém, toma distância de acordo com o ex-aliado.
Questionado sobre a formação da chapa na qual apostará para ser reeleito, ele ressalta que uma mudança aprovada na Reforma Política pode favorecer legendas pequenas, como o PHS. Isso porque, no pleito de 2018, todas as "sobras" (soma de votos que não alcançam o quociente eleitoral para que determinado partido ou coligação eleja candidatos) serão contabilizadas na distribuição das vagas. Antes, só eram consideradas "sobras" das siglas que haviam atingido o quociente eleitoral, que ele projeta ser de 200 mil votos no Ceará.
"Se, por exemplo, o PHS não atinge o quociente eleitoral, mas venhamos a tirar de legenda, somada a minha votação com a de outros candidatos, 160 mil, 170 mil, ou 150, 140, eu acredito que estejamos com uma vaga garantida, porque teremos uma das maiores sobras entre os partidos postos para a disputa", aponta.