Oposição está abalada, diz Heitor
MÁXIMO MOURA /ASSEMBLEIA
O governador Camilo Santana (PT) chegou a ter pelo menos 15 deputados estaduais na oposição, o que possibilitava, por exemplo, abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para desgastar a gestão que havia acabado de assumir o Governo do Estado. Passados três anos, a gestão conseguiu praticamente anular as principais forças opositoras.
Pelo menos nove siglas integravam as fileiras opositoras ao governador em 2015. Uma a uma, no entanto, foi deixando o posto. A articulação do governador Camilo Santana e de aliados, pelos bastidores, acabou mudando de lado partidos como o PV, PPS, PMB, DEM, e por fim, o MDB — maior partido adversário nos últimos anos. Para o deputado estadual Heitor Férrer (PSB), que se considera oposição, foi um “golpe duro” que a ala sofreu.
“A oposição está profundamente abalada, foi um golpe muito duro. Ela foi minguada”, declarou Heitor ao O POVO. O parlamentar, que se aproximou do governo para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extinguiu o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) no ano passado, atribui essa perda de membros para o governo “à horrenda dinâmica da política”.
“A horrenda dinâmica da política e as conveniências eleitorais quedam para esse comportamento. O que hoje seria oposição passa a ser situação. Exemplo prático disso nas últimas votações na Assembleia Legislativa é que o grupo do Eunício tem se manifestado a favor ou se ausenta do plenário para não votar a matéria e se constranger”, relembra.
Quem também lamenta o novo momento da oposição é o deputado Roberto Mesquita (PSD), que, por outro lado, ensaiou ser base no começo do governo e acabou voltando para a oposição. “A oposição e situação não é carimbo, são as ruas que nos colocam lá. Quando a gente vai disputar o governo e perde, o povo é quem nos coloca na oposição. Essa unanimidade acaba com a maior riqueza que é o debate”, lamentou.
Mesquita criticou ainda a nova posição do grupo do senador Eunício. “O partido que enfrentou o governador, que foi para as ruas, e que quase a metade da população votou nele, hoje ser cooptado dessa forma pelo governo”, criticou.
Wagner Mendes