Veto de Tasso a Bolsonaro pode ser pretexto que Wagner queria
O veto do senador Tasso Jereissati (PSDB) a uma aliança com Jair Bolsonaro (PSC-RJ) provavelmente deu ao Capitão Wagner (PR) o pretexto que queria para desistir de concorrer ao Governo do Estado. Diante da falta de alternativas, ele disse estar disponível. Mas, ao se deparar com as dificuldades, recuou. A oposição cearense tem, ou tinha, três pilares: Tasso, Wagner e Eunício Oliveira (PMDB). Nenhum deve concorrer ao governo.
Eunício seria a primeira opção, uma vez que disputou o cargo em 2014. Porém, está decidido a tentar a reeleição como senador e tratou de defender o nome de Tasso para a disputa. Isso foi antes de se aproximar de Camilo Santana (PT). Hoje, é aliado estratégico do governador, pelo menos administrativamente.
Tasso, porém, trata de se esquivar. Nega intenção de ser candidato, após três passagens pelo Governo do Estado. Resiste aos apelos dos aliados. E defende o nome de Wagner na disputa. O capitão, por sua vez, queria Tasso na disputa.
Wagner até admitiu concorrer, mas se deparou com a conjuntura inglória. Limitação de palanque imposta por Tasso, falta de recursos, Eunício se debandando para o lado governista, Camilo Santana com candidatura bastante estruturada. Também desistiu.
O fato é que, hoje, a oposição no Ceará está perdida, sem rumo, sem perspectiva. Não tem candidato. Ou aposta numa novidade - quem sabe para construir um nome pensando no futuro, mas sem chances reais na disputa - ou terá de convencer um dos três caciques a mudar de ideia.
No cenário de hoje, um resultado que não seja a reeleição de Camilo seria surpreendente.
OS MOVIMENTOS DE WAGNER
Capitão Wagner é o grande fenômeno eleitoral cearense dos tempos recentes. Sua, digamos, flexibilidade talvez ajude a entender por quê.
Ao entrar na política, ele queria se filiar ao Psol. Procurou o partido, não teve resposta e acabou no PR. (Conto essa história neste link: http://bit.ly/wagnerpsol).
Agora, aproxima-se de Jair Bolsonaro.
ÉRICO FIRMO