Líder do governo na Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PDT) defendeu a urgência das matérias justificando “necessidade do Governo do Estado em aprová-las” porque é preciso “pegar alguns empréstimos e a União só dá aval se o Governo implementar medidas nessa perspectiva”.
De acordo com Evandro, é “natural” que a oposição teça críticas duras a propostas do governo. “É parte do jogo democrático a oposição espernear. Eu faria a mesma coisa. O objetivo é desgastar o governo. É estar fazendo algo para chamar a atenção da população e dizer que o governo é fraco. É natural isso acontecer”, argumentou.
Autor de requerimento para barrar a urgência, Roberto Mesquita (PSD) afirmou que a postura do governo é “estupro”. “O que querem fazer com essa PEC e com o TCM é um estupro. Um aniquilamento. Entrará para história do Ceará como sinônimo de prepotência”, disse Mesquita, que ainda questionou tese de necessidade de “corte de R$ 130 milhões” nos gastos públicos.
“Isso é falacioso. O Estado contrata R$ 50 milhões só para a publicidade do governo. Para a compra de helicópteros de luxo, está gastando R$ 80 milhões – o que dá R$ 130 milhões”, avaliou.
O deputado Renato Roseno (Psol) acusou a base de “incoerência” tanto pela proposição de corte de gastos quanto pela sua tramitação em urgência – relacionando o pacote do Governo do Estado à PEC 55 do Federal, que congela gastos até o ano de 2036..
“A vida cobra coerência. Não é coerente ser contra, em Brasília, uma PEC de corte de gastos do governo golpista de Michel Temer (PMDB) e ser a favor aqui. Eu achava que Camilo (PT) era governador de oposição a Temer. Mas na prática se colocam do mesmo jeito”, criticou Roseno, afirmando que “urgência pra isso é não levar a sério um debate que é iminentemente sério e republicano, dessa magnitude”.
Heitor Férrer (PSB), autor da PEC 2/16, pediu à Mesa Diretora da AL, durante discussões no Plenário, que sua própria matéria fosse retirada de urgência. “Não retiro um milímetro da minha proposta. Mas essa matéria requer um amadurecimento maior para que possa ser apreciada”, afirmou. (Daniel Duarte)