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Grupos tendem a continuar lutando por alguns anos - QR Code Friendly
Quarta, 14 Setembro 2016 04:17

Grupos tendem a continuar lutando por alguns anos

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Para o deputado Ely Aguiar, foi correta a decisão da Câmara. Ele defende que 'ficha suja' não deve ter nenhum mandato eletivo Para o deputado Ely Aguiar, foi correta a decisão da Câmara. Ele defende que 'ficha suja' não deve ter nenhum mandato eletivo ( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
Após as cassações dos mandatos de Dilma Rousseff (PT) e Eduardo Cunha (PMDB), e com o País dividido entre duas ideologias, deputados cearenses acreditam que a disputa entre aqueles com pensamento de esquerda e de direita deve se acirrar ainda mais nos próximos anos. Alguns avaliam que na primeira disputa nas urnas, em outubro próximo, a direita deve partir na frente elegendo um maior número de vereadores e prefeitos com ideias mais conservadoras.   Para Elmano de Freitas (PT), os embates entre os dois pensamentos ideológicos só tendem a ser acirrados, visto o embate político para o enfrentamento da crise econômica, que é de longo prazo. Segundo atestou, há uma composição homogênea ao redor do atual presidente da República, Michel Temer (PMDB), em busca de uma solução neoliberal para os problemas econômicos, reduzindo o peso dos trabalhadores em seus ganhos.   "Eles querem que o trabalhador tenha menos direito à riqueza nacional, como tem hoje. Entendem ainda que é preciso equilibrar as contas públicas suspendendo investimentos nas áreas sociais e políticas de assistência", disse. "Nossa opinião é radicalmente oposta a isso. Se eles ganharem as eleições de 2018, o povo não vai aceitar tranquilo perder seus direitos. Vai ter uma disputa muito dura na sociedade brasileira", destacou.   Líder do Governo na Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PDT) afirmou que as disputas entre os dois lados, a partir de agora com a queda de Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, vão se acirrar cada vez mais. "A esquerda que perdeu o poder não vai deixar assim. A própria ex-presidente disse que fará uma oposição forte e vigilante ao Governo Federal. Os ânimos serão mais acirrados, especialmente agora que estamos em período eleitoral".   Substancial   Conhecida por suas ideias conservadoras, a deputada Silvana Oliveira (PMDB) afirmou que as manifestações da esquerda nos últimos dias provam que o confronto de ideias só tende a aumentar nos próximos anos. Segundo ela, a partir das eleições deste ano haverá um crescimento substancial do número de candidatos eleitos com um pensamento mais voltado para ideias conservadoras, principalmente com a eleição de postulantes religiosos e militares.   "Mas a esquerda está retomando o perfil que teve durante o enfrentamento ao então presidente Fernando Collor. Estão passando para um tom mais agressivo, e acredito que teremos um período de décadas em que a esquerda tentará voltar ao poder, mas não vai conseguir".   Manoel Santana (PT) ressaltou que esta é a essência da luta política, com dois projetos distintos em choque, sendo que a tendência é acentuar este conflito não somente no Brasil, mas em muitos países do mundo.   "O que vai sair do que estes governantes estão fazendo ainda não dá para saber, mas a tendência é que os trabalhadores se aglutinem cada vez mais em seus projetos, para que consigam a derrubada de Michel Temer". Para ele, aparentemente, haverá prejuízo eleitoral para os partidos mais à esquerda, mas, dependendo do comportamento do Governo do PMDB, o inverso também pode acontecer.   "A luta entre esquerda e direita é eterna", disse Roberto Mesquita (PSD). De acordo com ele, se os políticos assumissem suas posições de forma bem definida haveria um diálogo democrático, mas acontece que muitos que se diziam de direita estão na esquerda e vice-versa.   "O ranço, o ódio e a intolerância não serão admitidos pela sociedade, mas não há prejuízos para a discussão entre as duas partes", disse. Para Mesquita, a briga entre os dois pensamentos ideológicos durará por muitos anos, "até porque isso é o batimento da esteira para 2018".   Repercussão   A cassação do mandato do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), repercutiu ontem nos plenários da Assembleia Legislativa do Ceará e da Câmara Municipal de Fortaleza. No Legislativo estadual, a bancada peemedebista não se pronunciou a respeito da votação que ocorreu em Brasília e apenas ouviu as críticas que partiram dos poucos que falaram sobre o assunto.   O primeiro a citar o afastamento definitivo foi o petista Dr. Santana. Depois de comemorar os números do Ceará na Educação, ele se posicionou sobre o assunto por menos de cinco minutos do seu pronunciamento que durou mais de trinta minutos, por ter utilizado seu tempo e do deputado Dr. Sarto (PDT), que estava inscrito para discursar mas lhe cedeu o espaço.   "A cassação de Eduardo Cunha, por 450 votos contra apenas dez, lhe mostrou abandonado por seus antigos aliados que lavaram as mãos como se desvinculando de um cidadão que é considerado uma das maiores mentes criminosas que atuaram na política do Brasil nos últimos anos", analisou.   Em aparte, o deputado Ely Aguiar (PSDC) afirmou que a cassação era ato esperado e que havia clamor público para que acontecesse. Ely falou ainda da necessidade de promover um "assepsia" na política brasileira. "Quem é ficha suja não é para ser prefeito, deputado, senador e nem vereador. O Congresso agiu bem, esperamos que as instituições continuem funcionando e que a população brasileira tenha a responsabilidade de colaborar, tirando essas pessoas da política, através do voto. Só assim poderemos ter um Brasil melhor".   Outro que se pronunciou sobre a cassação do peemedebista foi o deputado Ferreira Aragão. O pedetista contou que aqueles que "dividiam a fatia do bolo" como Eduardo Cunha o abandonaram na reta final.
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