A feira da José Avelino entrou na campanha eleitoral de 2016. O conturbado e confuso espaço recebeu na quarta-feira a visita do deputado estadual Capitão Wagner (PR), pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza. Depois de ouvir as queixas e denúncias das lideranças, principalmente dos montadores de barraca, contra a guarda municipal e administração municipal, ele afirmou que a comercialização como está, “desorganizada”, afasta o comprador. Defendeu organizar, ordenar, demarcar espaços e criar infraestrutura para que a feira continue onde está.     “A feira está feia porque está desorganizada, tem a buraqueira, a lama e a violência que acaba afastando o comprador. Vocês sabem disso melhor do que eu”, enfatizou, considerando que só tem uma forma de resolver: é a gestão municipal assumindo a responsabilidade e tratando do tema”.     Para Wagner, os cidadãos vêm de outros estados para cá fazer turismo de negócios que gera emprego e renda. E ressaltou que no atual cenário de desemprego é preciso saber explorar esse negócio. Criticou a atual gestão por não resolver o problema e ainda acirrar a convivência entre feirantes e fiscais e guarda municipal, além da ocupação de mais ruas. Na opinião do deputado, “essa história de construir um equipamento privado para vender as lojas para os feirantes” não favorece os trabalhadores. “A Prefeitura não pode obrigar vocês a comprar uma loja num local que não sabe nem se vai dar certo”, salientou.     Outra ideia do candidato é cadastrar e formalizar todos os que trabalharem na José Avelino. Ao O POVO, o deputado disse que a proposta dele é tratar a José Avelino como ela merece, um patrimônio histórico que é. “Estamos aqui numa rua completamente desordenada, esburacada, suja. Nossa proposta é reformar, ordenar e demarcar os espaços que podem ser usados pelos trabalhadores”, reforçou.   Para ele, qualquer prefeito que prometa tirar a feira da rua José Avelino vai ter muita dificuldade. Considera que existe um espaço privado que pode ser uma alternativa através de parceira.     “O prefeito errou ao tentar obrigar o feirante a comprar uma loja sem que ele tenha condição financeira para isso”, afirma o candidato a prefeito.     Explica que a parceria com a iniciativa privada é essencial para ocupar melhor esses os galpões. “Defendo que ele continuem trabalhando aqui. Não necessariamente no meio da rua. Tem galpões aqui do lado que podem ser reformados com a construção de dois,três pisos superiores como ocorreu em Teresina”, diz, informando lá essa foi a solução para tirar feirantes da rua.     José Filho, um dos líderes dos montadores, reclama de perseguição da guarda municipal. O fabricante Joel de Castro também se queixou do horário estipulado, às 18 horas, para entrar na rua. Adriano Sousa disse que ninguém recupera o que o “rapa” leva. Cristina Lima afirma que não querem deixar os montadores e feirantes trabalhar.