Faltando menos de um ano para as convenções partidárias, de acordo com a legislação eleitoral vigente, agremiações que fazem oposição ao Governo Estadual ainda não sinalizaram a possibilidade de lançar um nome que faça frente a uma eventual candidatura à reeleição do governador Camilo Santana (PT). Enquanto o chefe do Poder Executivo segue atraindo forças para participarem da gestão, a bancada oposicionista não tem se reunido oficialmente ou discutido um projeto para o Ceará.
Nos últimos meses, além dos partidos que já faziam parte da bancada oposicionista desde o pleito de 2014, outras duas siglas aderiram ao projeto opositor. No entanto, com o passar do ano, tal adesão política contrária ao petista não resultou em aumento das forças dos opositores à administração de Camilo.
Na Assembleia Legislativa, por exemplo, o grupo viu sua participação ficar menor, visto que o governador atraiu nomes que outrora faziam oposição. Atualmente, no Ceará, as principais legendas partidárias oposicionistas são PMDB, PSDB, PR, Solidariedade e PSDC. No fim do ano passado, após disputa pela Mesa Diretora da Assembleia, PSD e PMB aderiram ao grupo.
Embate nacional
O PSOL, sigla de menor abrangência no Estado, também faz oposição ao Governo e tem representação na Casa. O momento turbulento em Brasília, porém, tem reflexos na apatia da bancada oposicionista no Ceará, uma vez que algumas lideranças do grupo estão diretamente ligadas ao embate político nacional.
Consequência da falta de integração é que lideranças do PR, PSDB, PMB, PSD e Solidariedade participaram apenas de um encontro regional neste ano, no início de abril, em Limoeiro do Norte. Nos últimos meses, algumas siglas, como o PSDB, se reuniram de forma isolada, o que deve se repetir no PMDB, a partir de agosto. A legenda tucana se reúne, hoje (27), em Aracoiaba, mas sem a participação de aliados de outros grêmios.
De acordo com o presidente da sigla peemedebista, o senador Eunício Oliveira, haverá possibilidade de reunião de todas as siglas oposicionistas ainda neste ano. Ele, porém, diz que é cedo para discutir o pleito de 2018. Segundo o senador, as siglas têm dialogado sobre o futuro político no Ceará sem desrespeitar os prazos da legislação eleitoral.
Outro nome de destaque na oposição cearense é o do senador Tasso Jereissati (PSDB), que, após ser escolhido presidente interino do partido, tem trabalhado diretamente nas questões nacionais, assim como Eunício.
O presidente do PR no Ceará, Lúcio Alcântara, entretanto, afirma que ainda não há discussão sobre nomes para a disputa devido ao momento turbulento do País. "O governador Camilo Santana é candidato natural à reeleição. Os demais têm que aguardar até setembro, que é uma data importante. Até lá, teremos muitos contatos a serem feitos".
'Calada'
"A oposição está muito quieta, muito calada. Mas isso não quer dizer que não esteja se movimentando", analisa o presidente do Solidariedade, deputado Genecias Noronha. Segundo ele, os que são lembrados nas rodas de conversas pouco têm se empenhado com vistas a se lançarem à disputa do próximo ano.
Domingos Neto, presidente do PSD, por sua vez, diz que após o dia 2 de agosto, quando a Câmara Federal vai votar denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), os encontros de lideranças da oposição devem se tornar mais frequentes.