Adesões ao Governo têm reflexos nas votações de interesse do Executivo na AL, nas quais Camilo tem votos de 35 dos 46 deputados da Casa
( Foto: Fabiane de Paula )
Ainda que o governador Camilo Santana (PT) afirme que se dedicará integralmente aos assuntos de interesse do Ceará em 2017 e deixará discussões políticas apenas para o período eleitoral, suas ações seguem atraindo para o arco de aliança governista os mais diversos apoios partidários. Da coligação que o elegeu chefe do Executivo Estadual, em 2014, ele perdeu dois aliados, mas atraiu outras quatro agremiações que poderão lhe ajudar na sustentação a uma provável candidatura em 2018.
Enquanto isso, a oposição ao Governo, que naquele ano era formada oficialmente por nove legendas, viu mudar, nos últimos anos, a composição de seus apoiadores. No pleito de 2014, por exemplo, estavam alinhados os partidos PMDB, PSC, DEM, PSDC, PRP, PSDB, PR, PTN (hoje Podemos) e PPS. Apesar de ter registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) aliança à coligação de Camilo, o Solidariedade esteve ao lado da candidatura de Eunício Oliveira (PMDB).
Atualmente, PSC, DEM, PRP e PPS apoiam o petista. Já o PSB, agora sob o comando do deputado federal Odorico Monteiro (ex-Partido dos Trabalhadores e ex-PROS), tende a se aproximar mais da administração de Camilo. Mesmo perdendo aliados, a oposição já tem o Partido da Mulher Brasileira (PMB) e o Partido Social Democrata (PSD).
Em 2014, a coligação "Para o Ceará Seguir Mudando", pela qual o governador foi eleito, contou com a adesão de 17 legendas. Para o próximo ano, Camilo perde os apoios de PSD e PMB, mas poderá apresentar uma coligação maior com os reforços de PSC, DEM, PRP, PPS e PSB. Por enquanto, a força da bancada oposicionista está nas seguintes legendas: PMDB, PSDB, PR, PSDC e Podemos.
Os opositores à gestão atual têm buscado unidade contra o Governo de Santana. A Rede e o Partido Novo ainda não têm musculatura no Ceará, mas também devem participar do processo eleitoral de 2018. Já PSOL, PCB e PSTU tendem a seguir fazendo oposição mais isolada, como nos últimos pleitos.
Na Assembleia Legislativa do Ceará, a força do governador pode ser percebida durante as votações de matérias de interesse do Poder Executivo, nas quais quase sempre, apesar dos reclames da oposição, ele consegue atrair a maioria expressiva dos votos dos deputados estaduais. De acordo com os posicionamentos de parlamentares na Casa, o petista tem um total de 35 apoiadores nas votações, o que também poderá ser refletido em alianças a uma eventual candidatura de Camilo à reeleição, em 2018.
Alguns parlamentares, inclusive de partidos da oposição, já dão como certo o apoio à candidatura do chefe do Executivo. Somente 11 deputados não apoiam os atos do governador, o que deve ser refletido também no pleito do próximo ano. São eles: Roberto Mesquita (PSD), Odilon Aguiar (PMB), Capitão Wagner (PR), Fernanda Pessoa (PR), Carlos Matos (PSDB), Renato Roseno (PSOL), Heitor Férrer (PSB), Ely Aguiar (PSDC), Aderlânia Noronha (SD), Leonardo Araújo (PMDB) e Danniel Oliveira (PMDB).
Manutenção
Dificilmente o comportamento desses parlamentares mudará nos meses vindouros até a disputa eleitoral do próximo ano, e eles devem seguir marcando espaço contra a gestão. Caberá aos outros 35 parlamentares o trabalho de fazer a defesa do Governo diante dos ataques oriundos da bancada oposicionista.
O líder do Governo na Assembleia, Evandro Leitão (PDT), diz que a tendência é que a administração estadual siga apenas com os apoios que já conseguiu atrair no decorrer dos últimos anos. No entanto, ele ressalta que quanto mais aliados ao projeto de Camilo Santana, melhor.