Para 88% dos internautas, ainda há preconceito contra negros, apesar dos avanços verificados nos últimos 20 anos com as políticas de cotas e inclusão social. Já 6% consideram inexistir preconceito racial, afirmando que o Brasil é um país multicultural e que trata com igualdade as diversas raças e culturas que compõem a nação. Outros 6% preferiram não opinar.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado Zé Ailton Brasil (PP), afirmou que o resultado é esperado. “Recebemos muitas denúncias na Comissão de casos de racismo, principalmente em relação às universidades. Com o sistema de cotas, muitos universitários sofrem preconceito diariamente. É preciso que avancemos tanto nas políticas públicas, como também na conscientização da população”, defendeu.

Na avaliação do deputado Capitão Wagner (PR), houve certa redução do preconceito em razão dos debates promovidos pela imprensa e instituições. “Esse problema ainda não é página virada no nosso País, pois presenciamos situações recorrentes nas quais negros sofrem violência verbal e física. Esse preconceito só poderá ser erradicado por meio de leis, mas, sobretudo, com educação”, comentou o parlamentar.

Para Peregrina Fátima Capelo, professora do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC), o Brasil não teve nenhuma mudança estrutural que melhorasse as condições da população negra. “Quando houve a libertação dos escravos, o País não tinha estrutura nenhuma para incluir sua população negra na sociedade, forçando-a a viver à margem (da sociedade). Na realidade, há uma camuflagem do preconceito, pois a maior parte da população negra continua na cozinha, com pouco acesso à sala”, avaliou Peregrina Capelo.

LA/GS