O vereador Deodato Ramalho (PT) afirmou que há demagogia no argumento de que a insegurança deve ser combatida com repressão
( Foto: Fabiane de Paula )
O debate sobre Segurança Pública na campanha eleitoral para a Prefeitura de Fortaleza voltou a ser tema central dos pronunciamentos na Câmara Municipal. Ontem, vereadores aliados ao prefeito Roberto Cláudio (PDT), que tenta reeleição, e à candidata e ex-prefeita Luizianne Lins (PT) criticaram propostas e questionaram a competência do candidato do PR, Capitão Wagner, para tratar da questão na cidade.
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O armamento da Guarda Municipal continua a ser atacado pelos parlamentares. Sem aliados em plenário, porém, não houve defesa das propostas de Wagner por parte dos vereadores. Ruthmar Xavier (PR), Casimiro Neto (PMDB) e Tamara Holanda (PMDB) são os aliados do candidato republicano na Casa.
Os outros vereadores do PMDB, partido coligado com o PR com representação na Câmara, têm buscado discrição quanto à campanha dos prefeituráveis. Magaly Marques não tem citado Wagner na campanha. Já Vaidon Oliveira não tenta reeleição para apoiar seu filho Alysson Vaidon (PSD), partido que está coligado ao PDT.
Em pronunciamento, Deodato Ramalho (PT), líder do PT na Casa, afirmou haver uma linguagem demagógica, na campanha, de que o problema da insegurança seria combatido com a repressão. Para ele, o discurso é manipulador e amedrontador para tentar conquistar voto.
"Não podemos enfrentar esse câncer através de mecanismo que estimula a violência. Se fosse verdade que armamento e truculência pudessem diminuir o índice de violência, nós seríamos os mais pacíficos", afirmou. Em seguida, rebatendo a defesa feita por Wagner, durante apresentação de seu plano de governo na Câmara na semana passada, de implantar políticas de segurança similares às da cidade de Diadema, em São Paulo, declarou: "O que aconteceu em Diadema não tem nada a ver com armamento de Guarda".
Em aparte, Salmito Filho (PDT) apontou que a experiência bem sucedida em Diadema tem relação com o fechamento de bares e a proibição de venda de bebida alcoólica. "É a política pública social bem sucedida em Diadema e Medellín (na Colômbia) que reduziu os indicadores de violência, e não o argumento pequeno de armar a Guarda Municipal, que não tem papel e competência de Polícia Militar", acrescentou.
'Monotemático'
Ronivaldo Maia (PT) também usou tempo de liderança da oposição para criticar o candidato do PR. Para ele, Wagner não está preparado para ser chefe do Executivo de uma cidade como Fortaleza. "O Capitão, não tendo condições do ponto de vista de conteúdo, tem sido monotemático, ele tem explorado o debate da violência", disse.
O vereador salientou, ainda, que políticos devem ter seriedade nas promessas de campanha, inclusive analisando o orçamento disponível para gerir a cidade, e sustentou que Luizianne Lins é preparada para voltar ao cargo.
Referindo-se a falas de Wagner sobre a política, Toinha Rocha (sem partido), por sua vez, avaliou que, ao negar a política, um candidato também se nega a cuidar das pessoas.