Seis dos oito candidatos a prefeito de Fortaleza participaram de debate realizado ontem no Teatro Nadir Papi Saboia e transmitido pela TV Jangadeiro. O tema Segurança Pública voltou a nortear boa parte dos discursos dos participantes, que também reclamaram de propostas de adversários que consideram inviáveis. Amanhã, acontecerá o último debate do primeiro turno, realizado pela TV Verdes Mares após a exibição da novela Velho Chico.
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Durante o debate, Capitão Wagner (PR) foi questionado por adversários sobre áudios que vazaram nas redes sociais dando conta de promessa dele a servidores da Segurança Pública sobre a entrega de terrenos para que estes construam residências. Outro áudio, no qual o postulante republicano afirma que, como prefeito, poderá eleger colegas militares, também entrou nos questionamentos.
Wagner lembrou que não há novidade na parceria entre Prefeitura e Governo do Estado para a concessão de terrenos para a construção de moradias de servidores. Segundo ele, a única explicação para os ataques que tem recebido é o bom desempenho nas pesquisas eleitorais. "O (candidato a vice-prefeito) Moroni prometia moradia para os agentes da segurança e agora o prefeito diz que eu não posso. Estou prometendo cessão de terrenos, e a gente não vai gastar um real em terrenos. Nosso objetivo é valorizar os servidores", disse.
Na avaliação do postulante, durante o debate, alguns candidatos se esquivaram de perguntas para determinados adversários. Para Wagner, no debate de amanhã, na TV Verdes Mares, os candidatos terão a última oportunidade de esclarecer à população de que forma seus projetos estão sendo formulados e como serão colocados em prática.
Questionado sobre a ausência de seus apoiadores Tasso Jereissati (PSDB) e Eunício Oliveira (PMDB) na campanha, o republicano se limitou a dizer que os dois também apoiam outras candidaturas no Interior, assim como têm agendas em Brasília por serem senadores.
Grave
Heitor Férrer (PSB) condenou um dos áudios vazados com as falas de Capitão Wagner. Segundo ele, o que foi falado na gravação é muito grave, chegando a ser antirrepublicano. "Ele foi muito infeliz quando expôs que como prefeito teria a possibilidade de eleger mais policiais militares. É a utilização da máquina pública, e é algo muito grave".
A ex-prefeita Luizianne Lins (PT) lamentou, mais uma vez, o fato de a Segurança Pública estar norteando os debates e propagandas. "Eu enfrentei esse discurso em 2004 e 2008 e esse não deveria ser o debate que perpassa o município. Se diversos programas do Governo do Estado foram implementados e não resolveram a situação da violência, dizer que a Guarda Municipal vai resolver é vender ilusão daquilo que objetivamente não existe", apontou a petista.