Partidos adversários do governador no último pleito devem apoiá-lo na disputa deste ano
( Foto: José Leomar )
O governador Camilo Santana (PT), apesar da crise que vem enfrentando na área da Segurança Pública, continua atraindo o apoio da maioria dos partidos políticos no Ceará, que devem apoiar sua candidatura à reeleição. Ao longo dos últimos quatro anos, desde o pleito de 2014, algumas agremiações mudaram de lado, umas indo para a base e outras para a oposição.
De acordo com levantamento feito por meio de consultas a dirigentes partidários cearenses, pelo menos 19 siglas devem apoiar, oficialmente, a candidatura do petista à reeleição. Outros tendem a liberar seus filiados para apoio a qualquer um dos candidatos colocados na disputa eleitoral. Em entrevista recente ao Diário do Nordeste, o secretário da Casa Civil, Nelson Martins, disse que o Governo projeta o apoio de 21 legendas a Camilo no pleito deste ano.
> Oposição teme perder mais espaços na AL
Presidentes partidários apontaram ao Diário do Nordeste que as seguintes agremiações devem dar sustentação à provável candidatura do governador: PT, PDT, MDB, DEM, PSB, PP, PTB, PRB, PCdoB, PRP, PRTB, PPL, PMN, AVANTE, PEN, PMB, PV, PPS, PSC e até o PHS, que recentemente mudou de direção. De acordo com o presidente da sigla humanista, Francisco José Sabino, há rejeição interna quanto a apoio a qualquer membro da família Ferreira Gomes. Com relação a Camilo, a tendência é que os filiados sejam liberados.
Apesar de ter lançado a pré-candidatura do senador Álvaro Dias para presidente, o PODEMOS também está na lista de possíveis apoiadores de Camilo no Ceará, mas o presidente estadual da legenda, Toinho do Chapéu, preferiu não comentar a respeito. Já o PTC, que tem o senador Fernando Collor (PTC-AL) como pré-candidato à Presidência da República, tem afirmado que lançará candidatura própria ao Governo do Estado.
O presidente do PDT no Ceará, André Figueiredo, vem destacando que o objetivo principal da sigla é apoiar a candidatura de Camilo à reeleição e de Ciro Gomes para presidente. Membro da base de sustentação do Governo, e com o vice-prefeito de Fortaleza, o DEM também tende a apoiar o governador, conforme informou o representante do partido na Assembleia, deputado João Jaime.
O deputado Leonardo Araújo, do MDB, afirmou que a tendência da legenda no Ceará é apoiar o governador, devido a aproximação entre o chefe do Poder Executivo e o senador Eunício Oliveira, principal liderança emedebista no Estado. "A tendência é participar de ampla coligação com todos os partidos", citou o parlamentar.
Odorico Monteiro, presidente do PSB, afirmou que o partido vai apoiar o governador, assim como o presidente do PCdoB, Luiz Carlos Paes. O PP é outro que deve compor a coligação de apoio à candidatura governista.
Siglas com menor densidade eleitoral também tendem a estar no palanque de Camilo, afirmaram seus presidentes. André Ramos, do PPL, disse que o apoio ao governador já é certo, assim como Marcelo Silva, do PV, e Reginaldo Moreira, do PMN.
Bancada oposicionista
Na oposição, apenas o PSOL lançou pré-candidatura até o momento. A legenda deve contar com o apoio de PCB e PSTU, conforme informou o presidente da legenda e pré-candidato socialista, Ailton Lopes.
PSDB, PSD, PR, SD e PROS ainda estão juntos em outra linha de frente da bancada oposicionista e acreditam que até abril possam indicar um nome que consiga aglutinar todos os interesses do grupo.
Enquanto isso, outras legendas de oposição têm ficado de fora da discussão sobre o pleito, caso do PSDC, de Ely Aguiar, e do PSL. Heitor Freire, presidente da legenda, Freire informou que o partido poderá ter, inclusive, candidatura própria.