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Segunda, 19 Fevereiro 2018 04:08

Oposição teme perder mais espaços na AL

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Deputado Roberto Mesquita defende que parlamentares oposicionistas precisam se unir para mostrar o que é mais importante para o grupo Deputado Roberto Mesquita defende que parlamentares oposicionistas precisam se unir para mostrar o que é mais importante para o grupo ( Foto: José Leomar )
Desamparada e sem perspectivas de qualquer mudança no cenário político que a favoreça nos próximos meses, a oposição ao Governo Camilo Santana (PT) tem sentido um misto de "solidão" e falta de unidade na Assembleia Legislativa. Após o retorno das atividades parlamentares neste ano, no início deste mês, os membros da bancada oposicionista na Casa chegaram à conclusão de que a tendência é que a situação fique ainda pior no decorrer do ano, até porque ainda há a possibilidade de que alguns dos poucos críticos à gestão estadual sejam atraídos para a base governista.   > Movimentações aumentam possível coligação de Camilo   Outrora com até 15 membros no Legislativo Estadual, a bancada oposicionista é composta, atualmente, por nove representantes, podendo, inclusive, reduzir ainda mais seus espaços na Assembleia. Na semana passada, conforme noticiou o Diário do Nordeste, o deputado Ely Aguiar (PSDC) decidiu sair do bloco formado com PR, SD e PSDB, o que fragiliza ainda mais a situação do grupo.   Na tribuna do Plenário 13 de Maio, na última quinta-feira (15), o parlamentar chegou a dizer que não era oposição nem base governista. O recado, dado durante pronunciamento de críticas ao Governo, pode ser interpretado por alguns como um aceno de Aguiar, que tem lamentado o fato de ter ficado de fora das reuniões feitas pela cúpula da oposição no Ceará para tratar das eleições deste ano, encabeçadas, geralmente, por membros do PSDB.   Durante seu discurso, apesar de reclamar da situação da Segurança Pública no Estado, ele também teceu elogios ao governador Camilo Santana e ainda ironizou o momento da bancada oposicionista na Assembleia. "A oposição, hoje, cabe embaixo de uma 'sombrinha de criança'".   "O sentimento da oposição é de muita solidão, porque o Governo, ao cooptar praticamente todos os bons quadros que tinha a oposição, fez com que estivéssemos praticando a máxima que diz que 'em terra de cegos, quem tem olho é rei'. O Governo se alia a senadores para trazer empréstimos e fazer com que ações tapem os olhos dos cearenses", criticou, por sua vez, o deputado Roberto Mesquita (PSD).   Segundo ele, é preciso que deputados da oposição se unam para mostrar o que seria mais importante para o grupo. O parlamentar ingressará no PROS, em março próximo, para tentar reeleição e, assim, se manter na oposição na Assembleia.   O deputado Renato Roseno (PSOL), que, embora seja crítico à gestão estadual, faz um trabalho distante dos outros membros da bancada oposicionista na Casa, destacou que é necessário saber como o Governo do Estado conseguiu atrair tantos parlamentares para a base.   Balanço   "A capacidade atrativa do Governo é algo fenomenal, como consegue atrair parlamentares. Isso só demonstra a fragilidade da nossa sociedade política, porque só aqueles próximos do aparelho governamental conseguem ter um mandato", avaliou.   Ele defendeu, ainda, a realização de uma reflexão sobre os últimos 12 anos, uma vez que 2018 será momento para um balanço do que aconteceu durante os governos de Cid Gomes e no primeiro mandato de Camilo Santana. "Nós fazemos uma oposição à esquerda ideologicamente, de cunho programática, muito vinculada as lutas sociais no Estado", ressaltou Roseno.   Candidato à reeleição, o parlamentar afirmou também que o PSOL pretende ampliar a participação no Legislativo Estadual no pleito de outubro próximo, além de conseguir os votos necessários para atender ao que determina a cláusula de desempenho em âmbito nacional.   Até então líder do bloco PSDB, PR, SD e PSDC, o deputado Capitão Wagner (PR) reclamou que não há somente um domínio do Governo na Casa, mas também na Mesa Diretora, o que acaba diminuindo a participação de parlamentares de oposição. "O objetivo do Governo é 'tratorar' e, em ano de eleição, diminuir os espaços da oposição nas comissões técnicas".   'Desculpa'   Ele também opinou que Ely Aguiar está com "desculpa" ao falar que o bloco lhe deixou de lado, pois, segundo Wagner, o colega sempre teria sido convidado para os eventos do grupo. "Não há essa desculpa, e isso pode fragilizar sim a oposição, porque cada um está se preocupado consigo. Acredito que, até por isso, o deputado Ely queira ter mais espaços de cargo na Casa. Eu tenho testemunha de todos os deputados da bancada que ele foi convidado para todas as reuniões", sustentou.   "Não olho oposição pelo número ou partido. Vejo o que penso para mim. Temos um projeto político que não é do Governo, e temos obrigação de contribuir e cobrar quando necessário. Se ficar aqui só dando presença, sem discutir as questões da Casa, de que serve? A oposição deve ser muito respeitada, porque não se vendem para poder facilitar os caminhos de sua eleição", disse Carlos Matos (PSDB).   Para Fernanda Pessoa (PR), a saída de parlamentares de partidos da oposição do bloco demonstra que "eles só pensam em si". Ela ressaltou ainda que a bancada é a voz daqueles eleitores que não concordam com o modo de Governo atual. "Em nenhum momento aqui quero aparecer, muito pelo contrário".  
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