“Espero que todas (as denúncias) sejam apuradas para fazermos o juízo de valor. Que os políticos tenham vergonha na cara e não queiram colocar lixo debaixo do tapete e expor o dos outros”, criticou.
Em particular, o parlamentar cobrou a apuração das declarações dos irmãos Joesley e Wesley Batista de que o ex-governador Cid Gomes teria solicitado doações de campanha da empresa.“Esses fatos precisam de esclarecimento. A Assembleia não pode ser omissa nessa questão da JBS, porque será um pecado mortal”, avaliou.
Sobre o pedido de impeachment do governador Camilo Santana, protocolado pelo deputado Capitão Wagner (PR) nesta terça-feira, Ely Aguiar discordou da proposta.
“Não vejo motivo até que se prove o contrário. Camilo (Santana) é um rapaz que é honesto e vem trabalhando dentro das suas possibilidades, dentro do que o Ceará oferece de recursos. Não se pode tirar proveito político dessa situação. Temos que agir com serenidade”, ponderou.
Contudo, o parlamentar defendeu a exoneração dos dois secretários citados na delação - Arialdo Pinho, do Turismo, e Antônio Balhmann, de Assuntos Internacionais. Além disso, o deputado defendeu ser preciso “jogar limpo”. “Ninguém é contra se alguém recebeu de empresa A ou B, desde que tenha a legalidade”, comentou.
Em aparte, o deputado Carlos Matos (PSDB) questionou os valores pagos, por parte do Governo Cid Gomes, à JBS. Os recursos estavam previstos no Programa de Incentivo às Atividades Portuárias e Industriais do Ceará. Os valores, que fazem parte de projeto, passaram de R$ 12 milhões para R$ 97 milhões no ano eleitoral. “Por que esse salto escandaloso?”, indagou.
O deputado Leonardo Araújo (PMDB) informou que auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou que 97,5% do Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará (FDI) foram repassados para apenas cinco empresas – que, segundo ele, são as principais doadoras para a campanha do governador Camilo Santana em 2014.
Para o deputado Roberto Mesquita (PSD), é preciso que a Casa cumpra com o papel de fiscalização. Já o deputado Odilon Aguiar (PMB) questionou o argumento de que não houve pagamento de propina, apesar de R$ 20 milhões terem sido pagos de forma direta e o restante por meio de notas frias.
A deputada Aderlânia Noronha (SD) pediu o aprofundamento das investigações. “Esse assunto de doações da JBS merece uma CPI”, sugeriu. E o deputado José Sarto (PDT) avaliou que, no caso de pagamento do caixa dois citado na delação, “quem tem que provar (o repasse) é o delator”.
LS/GS