Segundo Carlos Matos, o assunto o incomodou, sobretudo pelo fato de Estado ser referência nacional no artesanato. “Um trabalho que começou com a dona Luiza Távora, continuado pela dona Renata Jereissatti; um trabalho que fez o Ceará se tornar uma referência no artesanato. Isso não pode ser descontinuado”, defendeu.
O tucano comentou que o Estado se empenha na geração de empregos, implantando grandes empreendimentos, e “abandona os artesãos, aqueles que podem gerar trabalho nas regiões mais pobres”. O deputado criticou ainda o abandono do Centro de Artesanato de Aquiraz.
Carlos Matos solicitou a adoção de política voltada para a categoria. “É importante que o Estado valorize esses profissionais, porque essa atividade é importante instrumento de geração de emprego”, justificou.
O parlamentar também abordou a questão da crise hídrica, ressaltando que não se deve colocar na transposição do rio São Francisco a solução para resolver o problema do abastecimento de água no Ceará.
“A transposição não resolverá a situação da crise hídrica no Estado, essa é uma expectativa falsa que se gerou. Ela é importante, mas tem um conjunto de ações que podem ser feitas”, afirmou. Entre outras ações, Carlos Matos sugeriu a perfuração de poços e reúso industrial. “Praticamente não tem reúso da água industrial no Ceará”, informou.
O parlamentar criticou medidas que estão sendo tomadas e avaliou como desperdício o abastecimento da termelétrica do Pecém. “O abastecimento da termelétrica é um verdadeiro absurdo. Estão fazendo ouvido de mercador para esse assunto, enquanto está entrando em colapso a região do Jaguaribe, que já perdeu mais de cem mil empregos, e a agricultura irrigada sendo abandonada”, disse.
Em aparte, Roberto Mesquita (PSD) lembrou que recentemente começou a tramitar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que pode diminuir os recursos para microempresas.
Já o deputado Joaquim Noronha (PRP) disse que o Ceará é reconhecido nacionalmente pelo artesanato e, portanto, a área requer atenção do Governo. “Além do reconhecimento, vai gerar milhares de empregos”, avaliou.
O deputado Odilon Aguiar (PMB) também criticou o desperdício de água para alimentar a termelétrica e falou sobre a dificuldade do abastecimento nas comunidades menores. “Tem que dar continuidade à perfuração de poços para amenizar o sofrimento”, propôs.
E o deputado capitão Wagner (PR) reforçou a tese de que é “preciso suspender a distribuição de água para a termelétrica, que está acabando com o recurso hídrico do estado do Ceará”.
LS/GS