Segundo a parlamentar, no HGF, não são só as UTIs que sofrem com a falta de material e medicamentos, e isso tem prejudicado os pacientes, que já estão vulneráveis e sensíveis com suas doenças. “A gente está falando aqui de vidas. A falta de medicamentos atinge o acompanhamento de pacientes transplantados, causa a suspensão de cirurgias eletivas e superlota o atendimento da emergência”, considerou.
Fernanda Pessoa explicou que, de acordo com a Sociedade Cearense de Terapia Intensiva, os hospitais Waldemar de Alcântara, Dr. César Cals, São José e Infantil Albert Sabin também estão passando por situação igual.
A deputada sugeriu que é preciso, antes de tudo, descentralizar as compras de insumos e medicamentos, medida que foi adotada pela Secretaria da Saúde do Ceará desde outubro de 2015.
“Os médicos e gestores hospitalares têm reclamado que a centralização nas compras tem gerado essa precariedade na falta de material de saúde”, disse. Antes, cada unidade fazia a compra direta dos itens em falta.
As perspectivas, ainda de acordo com Fernanda Pessoa, podem se tornar mais graves se nada for feito. A deputada informou que, somente este ano, houve um registro expressivo de casos notificados de chikungunya. “Já são 33,371 mil casos de febre chikungunya no Ceará e 10,592 mil casos confirmados, segundo o boletim da Secretaria da Saúde divulgado nesta última sexta-feira. E Fortaleza concentra mais da metade dos casos, com 6.349”, salientou.
Fernanda Pessoa também reforçou o discurso feito pelo deputado Julinho (PDT) sobre a greve dos médicos de Maracanaú. Ela informou que acontecerá, amanhã, na Câmara Municipal de Maracanaú, uma audiência pública para falar sobre o Hospital Regional da Região Metropolitana. A deputada cobrou do Governo do Estado o repasse dos recursos do Programa de Cooperação Federativo (PCF).
“Nós, parlamentares, temos direito a esses recursos para podermos ajudar os municípios, mas o Governo fica na promessa quando se trata desse assunto”, acrescentou. Segundo ela, “é muita irresponsabilidade do Governo não olhar para a saúde do Estado e, ainda assim, não repassar os PCFs para que os parlamentares possam ajudar os municípios”.
Em aparte, o deputado Capitão Wagner (PR) reforçou que é preciso cobrar ao Governo Estadual os recursos devidos para a saúde. “Ainda bem que temos uma boa gestão no município de Maracanaú, pois a situação poderia ser muito pior”, pontuou.
Já Leonardo Araújo (PMDB) lembrou que a administração de Maracanaú é “modelo, e não é de hoje”. Ele frisou que Maracanaú começou a mudar a partir da gestão de Roberto Pessoa. “Fernanda Pessoa tem honrado o nome de sua família, e assim, certamente, os mal-entendidos serão esclarecidos”, disse.
O líder do governo na AL, deputado Evandro Leitão (PDT), ressaltou a importância de os parlamentares se unirem para cobrar melhorias para a saúde. “Nossa saúde, pública e privada, enfrenta um momento grave, e o Parlamento precisa se unir para que essa situação mude”, frisou.
PE