“Essa denúncia feita por Fachin é superficial até o momento. Ela é muito mais profunda e atinge pelo menos 90% do nosso parlamento. Quem disse isso foi o próprio pai de Marcelo Odebrecht (ex-presidente e herdeiro do grupo empresarial Odebrecht)”.
Na avaliação do parlamentar, as denúncias revelam a fragilidade da democracia e a manipulação da vontade soberana do povo por corrupção do sistema eleitoral brasileiro. “Precisamos encontrar uma saída para nossas instituições, para essa contaminação. São mais de 320 nomes que estão sob análise, e o que se vê agora é que chega aos Tribunais de Contas, ultrapassa Legislativo e Executivo e mostra que a política nasceu contaminada desde o começo”, afirmou.
O petista defende mudanças na legislação brasileira, sobretudo eleitoral. “Mas essas mudanças só podem vir de uma Constituinte exclusiva. Deputados eleitos sem o financiamento da campanhas, que tenham legitimidade popular para fazer as mudanças necessárias”, avaliou.
Dr. Santana acredita que a composição atual do Congresso Nacional não tem legitimidade para fazer alterações na Constituição Federal. “Esse Congresso que está aí, ao tentar uma reforma política, vai legislar em causa própria. Vai procurar se proteger e defender e garantir a sua reeleição. Então, ele não tem autoridade política para fazer as mudanças necessárias”, disse.
O deputado também registrou que uma comitiva de vereadores de Juazeiro do Norte foi recebida na terça-feira (11/04), na Assembleia Legislativa, para discutir a questão dos limites intermunicipais de Juazeiro do Norte, Barbalha e Crato.
“Saímos com uma reunião de trabalho muito boa, resolutiva e com uma proposta em conjunto com o Ipece (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará) para levar aos prefeitos de Juazeiro, Barbalha e Crato e, com o parecer deles, elaborar uma lei com essas definições para retificar o problema identificado”, acrescentou. Dr. Santana citou, por exemplo, áreas administradas de Juazeiro que passaram a ser territorialmente do município de Barbalha.
Em aparte, o deputado Walter Cavalcante (PP) disse que é importante incentivar a juventude a entrar na vida pública. “Temos que mostrar que eles têm que levar esse bastão. Precisamos estimular a juventude, para que ela entenda que é na vida pública que se pode mudar os costumes e qualquer orientação que existe nesse País”, afirmou.
O deputado Leonardo Araujo (PMDB) manifestou a tristeza de receber a notícia que a construção da Arena Castelão está nas denúncias da Lava Jato.
O deputado Fernando Hugo (PP) avaliou que a República morreu. “Precisamos fazer revivê-la e dar continuidade a uma vida pública perfeita.” O parlamentar também discordou de alguns pontos da reforma política, como a lista fechada. “Sem dúvida corre o risco de que o Congresso 'maracutaiando' vote a lista fechada, porque vai proteger essa quadrilha que está lá”, pontuou.
LS/AT