O parlamentar citou o caso do projeto de lei nº 13/2017, oriundo da mensagem nº 8.093/17, aprovado pela Comissão de Orçamento da Assembleia nesta quarta-feira (29/03), e que autoriza a transferência de recursos financeiros no valor de mais de R$ 5,8 milhões, no âmbito do Projeto Paulo Freire, que tem como objetivo prestar assistência técnica e agrícola para comunidades rurais de 31 municípios cearenses.
“Nós já temos organismos com histórico de prestar este mesmo tipo de serviço, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), que foi criada com o objetivo de fomentar o desenvolvimento das técnicas agrícolas. Mas o que o Governo faz é matar e desprezar aos poucos órgãos como este, ao não lhe dar recursos, preferindo privilegiar estas organizações sociais contratadas”, apontou Roberto Mesquita.
Ainda na avaliação do deputado, a Assembleia Legislativa precisa ser incluída nos debates a respeito das parcerias e convênios firmados pelo Governo do Estado com entidades e possíveis investidores.
“Ficamos entusiasmados com a possibilidade de a empresa que administra o Porto de Roterdã também administrar o Porto do Pecém, com a sinalização dos chineses de construírem uma refinaria no Pecém, com a privatização do Aeroporto Internacional Pinto Martins, mas precisamos ficar muito atentos aos contratos que podem ser firmados, porque a Assembleia está fora deste debate”, salientou o parlamentar.
Para Roberto Mesquita, “o Poder Legislativo não pode ficar muito distante destas discussões, pois no decorrer do tempo poderão vir dívidas milionárias para o Ceará”.
Em aparte, o deputado Danniel Oliveira (PMDB) cobrou da Mesa Diretora a instalação da CPI do Acquario. “Tanto o Acquario quanto a refinaria foram ideias vendidas como divisores de água para o Ceará, mas ambas não passaram de estelionato eleitoral. E existe aqui nesta Casa o pedido de CPI para o Acquario, que, por diversas manobras, vem sendo engavetada e impedida de ser instalada”, pontuou.
O deputado Odilon Aguiar (PMB), por sua vez, questionou a alegativa do Executivo de falta de recursos para investimentos. “Escutamos o tempo todo da base aliada sobre o momento de dificuldade e escassez de recursos, mas não é isso o que o Governo propaga. O relatório da Secretaria de Finanças do Ceará aponta textualmente que o desempenho das receitas correntes pode ser considerado excelente, enquanto, ao mesmo tempo, é alegado falta de recursos para perfurar poços no Interior”, assinalou Odilon Aguiar.
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