De acordo com a parlamentar, as secas recorrentes oferecem um grande impacto negativo na economia e no modo de vida da população. Ela disse que, no Ceará, mais de 75% do território sofre com a seca extrema, tendo chovido nos últimos cinco anos apenas 516 milímetros, segundo a Funceme.
“Portanto, é fundamental o investimento em obras estruturantes para conviver com o nosso clima. Já solicitamos aqui a construção de reservatórios hídricos, perfurações de poços, chafarizes, adutoras e usinas de dessalinização. A água é imprescindível para a vida e para o desenvolvimento humano”, frisou.
Enquanto isso não acontece, salientou, famílias, com filhos e netos, precisam migrar para outras cidades atrás de emprego e renda. E o mais preocupante, segundo ela, é a transposição do rio São Francisco não ser concluída. As obras estão paralisadas desde junho do ano passado, conforme informou.
A deputada defendeu que é preciso adotar medidas de conservação e minimização do desperdício de água, e o uso de dessalinizadores.
Segundo a parlamentar, a falta de chuva não é exclusividade do Ceará, e acontece também em outras cidades do mundo que enfrentam secas muito mais severas que a do semiárido nordestino. “A diferença é que há décadas essas cidades já resolveram o problema da falta de água com a dessalinização da água do mar”, pontuou.
“Depois de passar por uma seca histórica, a Austrália também investiu na dessalinização. Caso semelhante é o de Israel, onde a produção de água doce a partir desse processo é de 2 bilhões de metros cúbicos por ano”, disse Fernanda Pessoa. A parlamentar frisou que a dessalinização seria uma das poucas soluções que não depende da água das chuvas.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) afirmou que o Ceará, nos últimos dois anos, comprou 12 perfuratrizes, fez três mil poços profundos e adutoras de engate rápido. Segundo ele, os esforços têm sido imensos. “Crateús tem hoje 16 dessalinizadores, adquiridos pela Sohidra, e a população bebe água de poços profundos”, informou.
O deputado Fernando Hugo (PP) avaliou que o governo Camilo Santana fez mais em dois anos o que “nenhum outro governo fez”. Conforme explicou, foi quase R$ 1 bilhão alocado para o setor hídrico nesse período. Já o deputado Carlos Matos (PSDB) disse que, apesar de ter feito mais que os demais governos, o Executivo ainda realizou pouco pelas necessidades da população.
JS/CG