O governador Camilo Santana enviou à Assembleia Legislativa (AL), no dia 30 de dezembro de 2016, Projeto de Lei que equipara o salário dos agentes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado à média salarial do Nordeste. A proposta, no entanto, não foi bem recebida pela categoria.   Segundo o sargento Eliziano Queiroz, presidente da Associação dos Cabos e Soldados Militares do Estado do Ceará (ACS), a proposta de equiparação salarial provocou insatisfação na tropa. “Foi abaixo do que a gente esperava. Esperávamos que chegasse a atingir, pelo menos, 50%. O que deram foi um aumento insignificante. As associações e comandos gerais saíram da reunião estarrecidos. A tropa está insatisfeita. Vamos buscar uma audiência com o Governador, para que o reajuste possa ser revisto”.   Já o deputado federal Cabo Sabino (PR), reiterou as críticas das associações dos profissionais de segurança. Para ele, o Projeto de Lei frustrou as expectativas dos militares, principalmente, os da base. “Os cabos e soldados não foram contemplados”, criticou o parlamentar.   Previsto para ser implantada em três parcelas, sendo a primeira prevista para março desse ano, a segunda e terceira para março e dezembro de 2018, a remuneração dos cabos e soldados registram pequena variação. No primeiro reajuste, o cabo receberá R$ 3.341,50, no segundo, R$ 3.418,16, e no terceiro, R$ 3.463,41. O soldado deve receber, após aprovação da proposta, R$ 3.216,02; em março de 2018, R$ 3.250,85; e em dezembro de 2018, R$ 3.253,51.   “Na soma geral, o soldado não consegue atingir sequer R$ 300 de reajuste. O soldado é o homem de base, é aquele que está na rua cotidianamente. Muitos desses homens não foram contemplados com promoções, porque precisam aguardar sete anos para pegar sua primeira promoção. Então, isso traz uma insatisfação muito grande”, apontou Cabo Sabino.   A Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (Assof-CE) realizou uma pesquisa acerca das remunerações por postos e graduações no Nordeste. De acordo com a Assof, os salários dos militares cearenses estão defasados em relação à média do Nordeste. Para a associação, “a única forma possível da nova remuneração dos policias e bombeiros militares cearenses ser a mesma da média do Nordeste é realizar o cálculo da média aritmética das remunerações dos outros oito estados nordestinos e atribuir esse valor ao salário cearense”. Deputado Capitão Wagner (PR) adiantou no Facebook que haverá uma reunião com todas as associações e sindicatos dos profissionais de segurança para que a proposta possa ser discutida.   Mensagem Na mensagem enviada à AL, Camilo Santana aponta que é preciso reconhecer o valor do trabalho desempenhado pelos militares do Estado, “que diariamente arriscam suas vidas no combate ao crime”. Conforme o documento, o Projeto de Lei busca promover melhoria da remuneração dos militares, “alçando-os a um patamar remuneratório equivalente à média da remuneração percebida pelos demais militares dos Estados do Nordeste”.   Camilo afirmou, em sua página no Facebook, que cumpriu o compromisso que assumiu ainda durante sua campanha. “Faço isso, mesmo diante de um cenário de crise financeira em todo o País, como reconhecimento pelo relevante trabalho realizado por nossos homens e mulheres da PM e Bombeiros no combate à criminalidade no Ceará. Quero contar, cada vez mais, com o apoio de cada um de vocês para trazermos mais segurança e tranquilidade para todas as nossas famílias cearenses”, comentou o Governador no dia em que enviou a mensagem à AL.