A parlamentar lembrou que Fortaleza é considerada a mais violenta do Brasil e a oitava do mundo, o que a coloca no mesmo patamar das cidades de países do Oriente Médio, que vivem em constante guerra. “Estamos vivendo tempos de muita intolerância e de agressividade. Somente na sexta e sábado do último fim de semana 30 pessoas morreram no Estado, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Ceará”, assinalou.
Fernanda Pessoa chamou a atenção para os altos índices de criminalidade no interior do Estado. “As cidades do Interior eram vistas como lugares tranquilos, diferentes das grandes cidades com alta concentração de pessoas”, disse. De acordo com a deputada, em algumas horas, na última sexta-feira, seis pessoas foram assassinadas na região de Limoeiro do Norte, Brejo Santo, Quixadá, Morada Nova, Mulungu e Santa Quitéria. No sábado, outras quatro pessoas foram assassinadas no sul do Ceará. “E sabe o que é o mais assustador? A maioria das mortes é de jovens”, afirmou.
Com base em dados da Polícia Civil, Fernanda Pessoa informou que o número de violência contra jovens e adolescentes no Ceará tem aumentado. “O nosso Estado, infelizmente, lidera o ranking com maior número de mortes violentas de jovens. E grande parte dos adolescentes está ligada ao tráfico de drogas”, ressaltou.
A parlamentar destacou que “o Ceará é o terceiro estado brasileiro com jovens mortos por arma de fogo, 36,7 % , e também foi o segundo, no ano passado, com as maiores taxas de mortes violentas e intencionais: 50,8 por 100 mil habitantes. Sinceramente, esses não são os dados que queremos para nosso Ceará”, disse. A deputada acrescentou que, no Interior, os jovens também estão morrendo e muitos por causa do uso de drogas e pelo tráfico.
Em aparte, Ferreira Aragão (PDT) reforçou a preocupação da parlamentar e mencionou que São Domingos, na Colômbia, era uma das cidades mais perigosas do mundo e “fizeram o trivial que deu certo”. Entre as medidas adotadas na cidade, o parlamentar citou investimento em educação, qualificação dos serviços, endurecimento das leis e aumento do efetivo policial. “Dá certo. O problema no Brasil é vontade de fazer”, acrescentou, cobrando uma postura austera por parte do Governo Federal.
O deputado Júlio César Filho (PMB) destacou que as ações do Governo são no sentido de responder aos anseios da sociedade, mas precisa cumprir obrigações exigidas por parte de organizações de direitos humanos e do Ministério Público. O parlamentar citou as audiências de custódia, que consistem na garantia da rápida apresentação do preso a um juiz, nos casos de prisões em flagrante, a fim de esvaziar os presídios. “Muitos não estão aptos a retornar à vida social. Temos que rever isso”, disse. O parlamentar informou que neste sábado (20/02), às 9h, será lançado, no bairro Vicente Pizon, mais uma ação do Pacto pelo Ceará Pacífico – a instalação da primeira Unidade Integrada de Segurança (Uniseg), uma atuação de todas as polícias e delegacia instalada 24 horas”, comemorou.
LS/AT