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MPF recomenda que Estado e Prefeitura auditem contratos - QR Code Friendly
Quinta, 18 Junho 2015 05:33

MPF recomenda que Estado e Prefeitura auditem contratos

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  O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) expediu ontem recomendação para que a Prefeitura de Fortaleza e o Estado façam auditorias operacionais, de gestão e execução em seus contratos com o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). Atualmente, o Estado mantém contratos com a organização social (OS) no valor de R$ 458 milhões para administração de hospitais. Já os contratos da Prefeitura com o instituto somam R$ 281 milhões. O MPF pede também uma série de ações para enfrentar o agravamento da crise na saúde do Ceará. Entre elas, estão a realização de concurso público para diversas carreiras e o cadastro unificado para cirurgias eletivas. A crise no setor também é alvo de inquérito civil público instaurado pelo MPF. Segundo a procuradora regional dos Direitos do Cidadão, Nilce Cunha, os principais problemas no setor resultam da falta de políticas consistentes de recursos financeiros e humanos, mas, sobretudo, da ausência de planejamento estratégico da gestão. Procurada, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informou que, a cada três meses, as metas e resultados das unidades sob gestão do ISGH são analisados pela “Comissão de Avaliação, formada por gestores e técnicos da Sesa”. Questionada sobre a recomendação do MPF, a Secretaria da Saúde do Município disse que irá aguardar a notificação. ISGH Como O POVO noticiou em 31 de maio, o ISGH é alvo de críticas sobre sua eficiência e transparência. Entre os questionamentos, o rápido crescimento da verba destinada pelo Ceará para a organização social. Entre 2002 e 2014, os repasses do governo para o instituto passaram de R$ 18,2 milhões para R$ 446,4 milhões. Hoje, o ISGH concentra 30% do orçamento da saúde. As relações entre a entidade e a alta cúpula da área no Ceará também são questionadas. Os secretários das pastas no Estado (Henrique Javi) e no Município (Socorro Martins) são ex-presidentes do órgão. Responsáveis por assinar convênios da Sesa com a OS, por exemplo, também já foram sócios do instituto. No final de maio, o secretário interino da Saúde do Ceará e ex-presidente do ISGH, Henrique Javi, negou qualquer irregularidade. Javi afirmou que os contratos já são submetidos a acompanhamento rigoroso e possuem auditorias internas e externas. Ainda segundo o gestor, a administração por meio de OS é hoje a mais adequada para o Estado. Javi disse não ver problemas em sua antiga ligação com o órgão. “Não existe qualquer conflito. Quando aceitei o convite (para ir para a Sesa), saí do ISGH”, disse. Nas últimas semanas, o deputado Heitor Férrer (PDT) tem buscado instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Até agora, o deputado já reuniu nove das 12 assinaturas necessárias. NÚMEROS 458 milhões de reais é o valor previsto em contratos entre Estado e o ISGH em 2015 281 milhões de reais é o valor previsto em contratos entre Prefeitura e ISGH SERVIÇO Ministério Público Federal no Ceará Site: http://www.prce.mpf.mp.br Para entender Em 31 de março, O POVO noticiou questionamentos em torno de contratos entre o governo do Estado e o ISGH. Após repercussão do assunto na Assembleia, o deputado Heitor Férrer (PDT) anunciou, em 5 de junho, pedido de CPI para investigar a OS. Medidas requeridas pelo MPF: - Imediata auditoria na execução do contrato de gestão firmado pelo Estado e Prefeitura com o ISGH; - O fortalecimento das Coordenações de Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria; - A definição e publicização de um cronograma anual de auditorias operacional e de gestão no sistema e unidades; - Estabelecimento de rotina trimestral de acompanhamento do efetivo cumprimento das recomendações da auditoria; - Realização de concurso público para provimento de cargos da carreira de saúde; - Integração das Centrais de Regulação Hospitalares, para que as unidades aptas a realizar cirurgias mantenham cadastro unificado; - O aprimoramento do Módulo Ambulatorial da Central de Regulação Estadual do SUS para agendamento de consultas; - A ampla divulgação, inclusive pela Internet, dos horários de funcionamento de todas as unidades de saúde, incluindo os horários de trabalho dos respectivos profissionais.
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