O parlamentar citou o pronunciamento do deputado Danniel Oliveira (PMDB), que lembrou, nesta terça-feira, a informação dada pelo secretário da Fazenda, Mauro Filho, durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, de que o Estado tem reservas de cerca de R$ 1 bilhão de reais. No entanto, segundo Audic Mota, o governador Camilo Santana (PT) esteve em Brasília em busca de recursos para a saúde e voltou de lá com apenas R$ 25 milhões de reais. "Então, esse é o primeiro mito: mostrar se realmente o Estado tem recursos para atender as demandas, as políticas dele, e não ficar à mercê de um compromisso de boca do SUS", criticou.
O deputado também comentou sobre a construção do Instituto Dr. José Frota (IJF) II. Ele disse que concorda com a ampliação, mas não se pode confundir profissionais de saúde com o serviço de saúde. Segundo ele, o Ceará tem hoje os melhores médicos do Brasil, mas não tem estrutura para oferecer bons serviços. Ele disse ainda não concordar quando se diz que a questão é a falta de recursos. "Se não há dinheiro suficiente para fazer tudo, tem que haver uma gestão desses poucos recursos", enfatizou.
Para ele, o projeto de construção do IJF deve ser muito bem planejado, para não se transformar em um elefante branco. Se o Governo e a Prefeitura de Fortaleza ficarem esperando pelos 50% da União, é possível que não tenha dificuldade no custeio, mas sim de investimento, alertou.
O parlamentar relatou ainda o caso de uma criança de Tauá, internada há dois meses no Hospital Infantil Albert Sabin e com o tratamento finalizado. Segundo ele, ela espera apenas a estrutura mínima para ir para casa, como soro e medicamentos. Enquanto isso não acontece, essa criança ocupa o leito que já deveria estar liberado para outro paciente. "É inadmissível que falte dinheiro para isso ou que falte autonomia", pontuou. Lembrou, em seguida, que uma das razões apontadas pelo ex-secretário da Saúde Carlile Lavour para deixar o cargo foi a falta de autonomia.
Audic Mota comunicou, ao final de seu pronunciamento, que a Câmara Municipal de Parambu aprovou nota de repúdio contra a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), pela falta de compromisso com a segurança da população do município. O parlamentar citou também pronunciamento que fez recentemente na Casa denunciando a falta de segurança em Caucaia.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) parabenizou o pronunciamento do deputado e lembrou que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi um avanço da Constituição Federal de 1988 e nos 10 anos seguintes, mas que hoje está defasado e que realmente é preciso fazer o melhor uso do pouco dinheiro que chega ao Estado.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) disse que o problema é a falta de recursos, porque um bom médico só faz um transplante cardíaco se houver estrutura adequada. “Se hoje somos referência em várias especialidades da medicina é porque há estrutura”, pontuou.
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