Na avaliação da deputada, essa medida restritiva preocupa, uma vez que o Ceará está na segunda etapa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa, iniciada no dia 05/11 e prevista para ser finalizada no próximo dia 3/12, a qual tem como meta vacinar mais de 95% do rebanho. “O Ceará conta aproximadamente com um rebanho de 2,6 milhões de cabeças bovinos e bubalinos, e a equipe técnica da Adagri está impossibilitada de realizar as ações da Campanha, como, por exemplo, a vacinação assistida e a fiscalização de revenda de vacina, porque o Governo do Estado, por meio da Casa Civil, determinou que a Adagri suspendesse a utilização de veículos de uso exclusivo da Agência”, afirmou.
Eliane Novais classificou a determinação como “no mínimo intempestiva”. De acordo com ela, até a presente data só 28% da meta de vacinação prevista foi atingida, sendo que 25% das propriedades adquiriram a vacina. “Eu nem preciso dizer que um serviço público tão essencial, como é uma campanha de vacinação, não pode sofrer solução de continuidade. Sem contar que foram triplicadas as metas a serem cumpridas pelos servidores. Estabelecem as metas e negam os instrumentos de trabalho”, condenou.
Ainda abordando a medida restritiva da Adagri, Eliane Novais solicitou esclarecimentos ao Governo do Estado. “Venho exigir explicações sobre essa medida que impacta de forma negativa o andamento da campanha de vacinação contra a febre aftosa. E sem rodeios exigir que o Governo retroaja nessa determinação, a fim de garantir a efetividade das ações que se coadunam com o status sanitário do Estado livre da febre aftosa”, declarou a parlamentar.
A deputada ainda denunciou que, das agências estaduais de Defesa Agropecuária que obtiveram melhoria de “status” sanitário em relação à febre aftosa, apenas os servidores da Adagri não conseguiram melhorias salariais como reconhecimento e valorização de seus esforços.
Em seu pronunciamento, Eliane falou também sobre um abaixo assinado no portal do Ministério Público do Ceará em favor de um projeto de lei que define o assassinato de mulheres como homicídio qualificado, o que aumentará a punição de quem pratica tal violência. Segundo informou, o objetivo do recolhimento das assinaturas é sensibilizar o Congresso Nacional para que aprove o projeto. “Nos últimos 30 anos, esse tipo de crime aumentou 230%. Milhares de brasileiras estão sendo mortas e é fundamental aumentar o rigor da lei”, salientou.
Em aparte, o deputado José Sarto (Pros) frisou que a obrigação da Adagri é fiscalizar o cumprimento da meta de vacinação e não vacinar o gado. Além disso, Sarto garantiu que o cronograma estabelecido está sendo cumprido e a estimativa é que até o dia 15/12 aconteça uma evolução ainda maior do total de rebanho vacinado.
LA/AT