Professor Teodoro apresentou detalhes de como o programa, que teria como parâmetros os dados escolares, seria colocado em prática. “Os integrantes do programa teriam uma ação profilática e terapêutica. Cada equipe seria responsável por um número de famílias acompanhadas”, pontuou. O acompanhamento na escola requer atenção dos agentes semeadores e dos familiares de cada jovem, segundo o deputado. “Se o jovem faltar aula ou tiver desempenho abaixo do esperado, a equipe irá discutir com os pais para encontrar a solução”, frisou.
Professor Teodoro acredita que o envolvimento com as drogas acontece quando o jovem está em vulnerabilidade, o que iria diminuir com a ação de mobilização e conscientização promovida pelos agentes do programa. “É sabido que os traficantes passaram a recrutar jovens pra consumo e tráfico em ambientes vulneráveis, e os semeadores visam evitar que os jovens caiam nessa armadilha”, ressaltou.
Dentro das atividades previstas no programa, caberia aos agentes incentivar a leitura, mostrando o prazer do mundo lúdico, e ainda atuar com o reforço escolar, para que o aluno mantenha o estímulo para continuar os estudos. “Ele perde o interesse quando não consegue acompanhar o conteúdo e vai ficando para trás, findando com o abandono escolar e a entrega ao mundo das drogas”, afirmou.
Professor Teodoro reforçou ainda a importância da escola em tempo integral e fez referencia às escolas estaduais de educação profissionalizante (EEEPs), programa do Governo do Estado em que os jovens fazem o ensino médio com qualificação profissional. “Já são 101 escolas inauguradas no Ceará, e eu louvo aqui essa iniciativa. Esse é o caminho para o futuro”, afirmou.
O parlamentar destacou que, de cada dez crianças que entram na escola, apenas três conseguem concluir o ensino médio. “Em 11 anos de educação, perdemos 70% dos nossos jovens”, contabilizou. O deputado disse que esse é também um reflexo do currículo escolar, que não atrai a atenção do jovem. “O currículo deve ser reformulado, evitando o decoreba e deixando de ser enfadonho”, concluiu.
Em aparte, o deputado Ferreira Aragão (PDT) avaliou a necessidade de reformulação do conteúdo do currículo escolar. “Eu concordo plenamente com a necessidade de rever o currículo, que hoje é enfadonho e traz preguiça ao aluno. Precisamos inverter essa relação, tornando a educação incentivadora e empolgante”, pontuou.
YI/CG