Segundo o parlamentar, é importante chamar a atenção da população para a necessidade de preparar o País dentro dos padrões Fifa para abrigar um evento desse porte. Lula criticou os ataques da mídia ao Brasil, citando como contraponto o artigo do jornalista George Gualter, do O Povo, a favor do Mundial. O jornalista destaca as opiniões desastrosas da mídia internacional contra o evento, e também as afirmações do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que alertou os torcedores ao dizer que "não apareçam (no Brasil) achando que é a Alemanha".
De acordo com o parlamentar, um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas mostra que, após a Copa, o Brasil terá um acréscimo de cerca de R$ 20 bilhões na economia. “No caso do Ceará, poderemos mostrar nossa cidade ao mundo. Não podemos mensurar o quantitativo para alcançar esses objetivos”, frisou.
Lula ressaltou que muitos questionam o porquê de investir tanto em estádios e não na educação ou na saúde. Segundo ele, de 2010 até agora, o Brasil investiu cerca de R$ 823 bilhões na educação, enquanto que nos estádios foram R$ 8 bilhões, “além disso, esses recursos vieram do BNDES, para que os consórcios que construíram ou reconstruíram esses estádios em forma de parceria público-privada pudessem fazê-lo. Não foi recurso extraído da educação ou da saúde”, informou Lula.
Ele ressaltou ainda que os recursos aplicados na mobilidade urbana no Ceará já eram necessários há muito tempo, mas que, se não fosse a Copa, eles não teriam sido viabilizados. “Não podemos negar a importância do evento. Durante os 30 dias do Mundial, estima-se que a movimentação seja em torno de 600 mil pessoas (estrangeiros) e 3,5 milhões (brasileiros), nas 12 cidades-sede”, pontuou.
O parlamentar disse ainda que certamente as obras não ficarão prontas até a Copa, mas que cabe aos políticos e à sociedade cobrar a finalização delas. “Essas obras não são somente para o Mundial, elas ficaram para a população, como é o caso do VLT e dos BRTs, que irão possibilitar o transporte dos trabalhadores em menos tempo”, enfatizou.
Em aparte, o deputado Ferreira Aragão (PDT) criticou o fato de o Brasil ter aceitado muitas exigências da Fifa. Para ele, bastavam apenas seis cidades-sede. Sobre as obras de infraestrutura, ele ressaltou que houve um mau planejamento, e que não era hora de o País realizar as Olimpíadas de 2016. “Nós temos assuntos muito mais importante para resolver no País”, afirmou.
LF/CG