O deputado afirmou que a mensagem que chegou à Câmara foi discutida e recebeu modificações positivas. O valor dos imóveis isentos, que era de R$ 26 mil, aumentou para R$ 52 mil. O aumento solicitado na cobrança para imóveis de até R$ 58 mil era de 20%, foram aprovados 15%. Para os imóveis que valem de R$ 58 mil a R$ 210 mil, o aumento do IPTU foi de 22% e não 27,5%, como estava na mensagem. O único percentual mantido foi para imóveis acima desse valor, que ficou em 35%. Outra alteração foi no percentual para cada andar nos prédios, a prefeitura pediu 1%, os vereadores aprovaram 0,5%.
Roberto Mesquita entende que os vereadores tiveram intenção de votar uma lei justa, mas foram pegos de surpresa, já que as alíquotas incidiam na nova planta de valores. “A questão é que, para que essa planta de valores fosse elaborada, era necessária a criação de uma comissão, com a presença de pelo menos um vereador. A cidade está inconformada” disse.
O deputado apresentou ainda alguns comparativos de cobranças atuais com anos anteriores. “No bairro Panamericano, por exemplo, ano passado era de R$ 296,00 e neste ano R$ 2.203,00. A área aumentou, mas não a esse ponto”, enfatizou.
O parlamentar afirmou ter consciência da valorização dos imóveis, mas criticou a maneira como o aumento foi imposto. “Eu fui vereador e acredito na boa-fé dos vereadores. Os imóveis se valorizaram, mas a lei tem que ser clara e feita com justiça”, acrescentou. Para resolver a questão, segundo o deputado, o prefeito deveria reavaliar o aumento. "Roberto Cláudio pode e deve rever essa questão", afirmou.
Em aparte, o deputado Ely Aguiar (PSDC) observou que “esse aumento deveria ser de 35% a 50%, no máximo, mas o que se viu foi um aumento que chega a 165%".
Os deputados João Jaime (DEM), Antonio Carlos (PT) e Eliane Novais (PSB) também apoiaram Roberto Mesquita. “Acho certa a iniciativa da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) em dialogar com o prefeito ou então resolver na Justiça”, disse João Jaime. “Foi uma enganação, e ainda vieram com o discurso de que estariam cobrando mais apenas de quem tem dinheiro”, pontuou Antonio Carlos. “A cobrança engana o povo e a Câmara Municipal de Fortaleza. Temos que abraçar esse movimento”, acrescentou Eliane Novais.
O líder do Governo, deputado José Sarto (Pros), afirmou que o IPTU é o imposto que tem a base de calculo no valor venal dos imóveis e que a defasagem era evidente. “Todo o processo de votação aconteceu de maneira juridicamente perfeita, não houve inconstitucionalidade da matéria”, afirmou.
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