Sarto reconheceu que Fortaleza é uma cidade violenta, mas não perde para outras capitais nordestinas, como João Pessoa e Natal. Sobre Pernambuco, o deputado lembrou que, em 2007, aquele estado contava com 30 mil policiais militares, três vezes mais que o Ceará no mesmo ano, quando o governador Cid Gomes assumiu. “Tínhamos nove mil policias militares em 2007”, afirmou. Para o governista, Heitor faz comparações “descabidas”, quando avalia os índices relativos ao Ceará. “Ele (Heitor) compara alhos com bugalhos, coisas diferentes” disse Sarto.
O parlamentar relacionou o tráfico de drogas com o aumento da violência. Segundo ele, 75% dos crimes ocorridos no Estado estão vinculados à briga de território e ao consumo e tráfico de drogas. “Lamentavelmente, coincide com o primeiro Governo Cid o avanço da droga chamada crack no Ceará” destacou.
José Sarto informou ainda as ações de Cid Gomes para amenizar o problema. Conforme destacou, de 2007 a 2013, o Governo do Estado contratou mais de cinco mil policiais militares, novos delegados e inspetores, entregou 44 novas delegacias e implantou a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e a Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp).
Com a nomeação de Servilho de Paiva como titular da secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), foi implantado um programa para identificar as áreas de maior problema de violência, denominado de “Cinturão Vermelho”. “Heitor falou que faltaram políticas de inclusão social. Já foram entregues 98 escolas profissionalizantes”, apontou.
Em aparte, o vice-líder do Governo, deputado Júlio César Filho (PTN), reclamou da ausência de Heitor Férrer durante a contra-argumentação dos governistas e criticou a fala do deputado em relação aos “erros” do Executivo. Para o vice-líder, o pedetista não tem “propriedade” para afirmar que não cometeria os mesmos erros, pois “nunca teve a oportunidade de um cargo no Executivo”.
O parlamentar também apontou os investimentos do Governo do Estado no sentido de melhorar a segurança pública. “O governador Cid Gomes recebeu a estrutura de segurança pública do Estado totalmente sucateada. Os investimentos, infelizmente, não são o que nós queríamos, são em médio e longo prazo”, completou.
A postura de Heitor Férrer foi criticada também pelo deputado Augustinho Moreira (PV), também vice-líder do Governo. "Eu já conheço a artimanha do deputado Heitor. Chega aqui 6h, liga para os jornais e manda ficar de plantão, porque ele vai falar. Ele acha que é o arauto da sociedade", acrescentou. Augustinho destacou que, com a mudança de secretário na SSPDS, agora é preciso aguardar os resultados.
O primeiro vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Tin Gomes (PHS), por sua vez, afirmou que "o Governo não está parado" e disse que poderia formar uma comissão de deputados a fim de convidar Heitor Férrer para assumir a Secretaria de Segurança Pública do Estado.
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