O parlamentar comparou o Ceará à Grã-Bretanha quanto ao número de assassinatos. Segundo ele, na região que abrange Escócia, País de Gales e Inglaterra, com 63 milhões de habitantes, foram registrados, no ano passado, 500 homicídios. No mesmo período, aqui no Ceará, com oito milhões de habitantes, foram 3.685 assassinatos. “Faça as contas. Aqui foram, por mês, 307 homicídios e lá, com 65 milhões de pessoas, foram 41 mortes por mês”, afirmou o deputado.
Heitor Férrer citou números de jornais locais sobre o assunto. “O Diário do Nordeste traz 15 assassinatos em menos de 24 horas. Somando com o fim de semana, que traz 19 mortes na Capital e 7 no Interior, temos 41 homicídios em três dias”, disse ele.
O parlamentar criticou ainda o desempenho do programa Ronda do Quarteirão. “O que nós lamentamos é que está terminando o Governo Cid Gomes e esta que era a grande promessa do Governo, com o miraculoso programa Ronda do Quarteirão, não teve resultado”, enfatizou.
O parlamentar ainda citou matéria do jornal O Povo em que taxistas da cidade afirmam evitar corridas em alguns locais da Capital, como a Via Expressa, o Pirambu e a avenida Santos Dumont, próximo à favela do Pau Fininho. “Os taxistas dizem onde são os pontos críticos, e o governo não consegue montar a repressão aos crimes através da inteligência”, acentuou Heitor. O parlamentar elogiou a construção dos hospitais regionais, policlínicas, centros de especialidades odontológicas e Centro de Convenções pelo Governo Cid Gomes, mas ponderou que ele falhou na segurança. “Ele construiu equipamentos importantes, que nem eram promessas, mas não cumpriu o mais importante, o que prometeu”, pontuou.
O deputado Ferreira Aragão (PDT) disse, em aparte, que a questão não é apenas no Ceará. “É uma questão da nação. As meninas que esfaquearam a médica são menores de idade e todas mulheres de bandidos. Temos uma juventude perdida, e nosso o problema não é diferente da Bahia, Sergipe ou Piauí. No caso que o senhor citou dos taxistas, a sugestão é aplicar aqui a cabine blindada, como existe no Uruguai e aqui no Brasil está sendo utilizada em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul”, sugeriu.
Também em aparte, o deputado Welington Landim (Pros) reforçou que a falta de segurança não é apenas local “O senhor realmente acredita que esse problema é só no Ceará?”, questionou. A deputada Eliane Novais (PSB) concordou com a preocupação de Heitor e disse que vai entrar com um requerimento solicitando mais policiamento nas áreas que estão em obras na Capital.
YI/CG