O Dia Nacional de Lutas, convocado por centrais sindicais, obteve mais força nas cidades em que funcionários do transporte aderiram, suspendendo as atividades, e onde as manifestações conseguiram bloquear rodovias. Ontem, ocorreram atos em todas as 26 capitais e no Distrito Federal e o bloqueio de 48 estradas em 18 Estados. Essas interdições também levaram a confrontos, com feridos.
O mais grave ocorreu no Rio de Janeiro, com pelo menos quatro feridos. O confronto entre manifestantes e policiais do Batalhão de Choque aconteceu por volta das 16h30min, no Centro, pouco após homem ser detido por se negar a tirar a máscara e se identificar. Após a liberação do homem, manifestantes começaram a atirar objetos em direção aos policiais, que reagiram usando jatos de spray de gás de pimenta.
Em São Paulo, cerca de 300 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) bloquearam os dois sentidos da rodovia Régis Bittencourt na altura do km 279. Por volta das 18 horas, montaram barricada com pneus queimados. A Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes e recolheu algumas bandeiras do grupo.
Feridos
Ainda em São Paulo, protesto no bairro Jardim Campo Belo, em Campinas, terminou com quatro policiais feridos e três pessoas detidas pela manhã. Os manifestantes reivindicavam melhorias de infraestrutura no bairro, como esgoto, pavimentação e regularização de imóveis. Segundo a Polícia, um grupo hostilizou policiais atirando pedras, rojões e bombas.
A Força Tática reagiu com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo e avançou em direção ao bairro. Um policial foi atingido por uma pedra e outros três por estilhaços de uma bomba. No município de Anápolis, a reitoria da Universidade Estadual de Goiás foi ocupada por estudantes e servidores. Em greve há mais de dois meses, eles cobravam melhores condições de trabalho e de estudo. (com agências)
Saiba mais
Belo Horizonte
Cerca de seis mil manifestantes, de acordo com estimativa da Polícia Militar (PM), ocuparam ontem algumas das principais vias de Belo Horizonte em adesão ao Dia Nacional de Lutas. Antes mesmo de saíram às ruas da capital de Minas Gerais, porém, os manifestantes conseguiram o que consideraram “princípio de vitória”.
Logo no início da manhã, representantes da Assembleia Legislativa do Estado receberam líderes do movimento e se comprometeram a identificar e tentar pôr em votação projetos que fazem parte da pauta de reivindicações dos manifestantes e que estavam parados na Casa. Diante da pressão, 14 projetos que estavam na pauta foram votados ontem.
Manaus
Sindicalistas, militantes de movimentos sociais e trabalhadores da indústria promoveram manifestação na manhã de ontem na região do polo industrial de Manaus. O transporte público na cidade operou com 40% da frota.
Campo Grande
Cerca de 35 mil pessoas participaram de ato em Campo Grande (MS), conforme estimativa da Polícia Militar. O ato cobrou demarcação de terras indígenas, além da pauta nacional, unificada entre centrais sindicais.
INSS
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que 41 agências foram fechadas em todo o País, do total de 1.501, por motivos relacionados ao Dia Nacional de Lutas, de acordo com informações coletadas na manhã de ontem.