Para a peemedebista, em nenhum sistema político se deve “roubar” o voto da população. “Lutamos tanto para conquistar esse direito que acho que a aprovação dessa medida soa como retrocesso”, disse.
Em aparte, os deputados Carlomano Marques (PMDB) e Paulo Facó (PTdoB) defenderam que a reforma é necessária, “desde que venha para desatar os nós da democracia e não criar mais gargalos”. Carlomano destacou diversos pontos da proposta da reforma que devem ser mais bem debatidos.
Segundo ele, com a lista fechada “o caciquismo partidário é que irá governar”. Ele explicou que, com a medida, só os “indicados” serão eleitos. “Nós mesmo nunca teríamos sido eleitos nesse sistema”, disse. “O fim das coligações também será outro golpe na democracia”, disse. “É como dar um tiro com silenciador nos partidos que têm princípios reais, mas não têm a adesão real da população”, argumentou.
Carlomano também comentou a questão do financiamento público que, na sua avaliação, “será a maior punhalada que o povo receberá”. Segundo ele, nada impedirá que os candidatos mais “ricos” utilizem as mesmas fontes de renda que usavam antes para financiar suas campanhas, “além do dinheiro público”.
Para ele, a democracia “real” consiste na “não obrigatoriedade do voto, no voto distrital e no recall da população”. “A população deve ter o direito de tirar do poder quem ela colocou equivocadamente”, defendeu.
Já o deputado Dedé Teixeira (PT) é de acordo que haja um amplo debate para discutir a reforma. “Sou a favor do financiamento público, pois, da maneira que vem sendo feito atualmente, é uma verdadeira excrescência”, disse, ressaltando que há diversas maneiras de se avaliar todos os itens da reforma, “e daí a necessidade de discussão”.
PE/CG