De acordo com Eliane, ontem, uma parte do parque foi alvo de intervenção de uma construtora que estava tentando aterrar uma área de nascentes. A ação foi suspensa depois que a empresa teve a informação de que a área é de proteção. “O fato é que não é de hoje que o Parque do Cocó é alvo dos grandes empresários da construção civil”, afirmou.
Eliane defende que o poder público estadual, especialmente esta Casa, faça-se presente no debate sobre o Cocó, “tendo em vista que estamos falando de um parque estadual. É preciso que cumpramos nosso papel de cobrarmos do Executivo Estadual uma posição mais firme e enérgica sobre o Parque do Cocó, que vem, durante anos, sendo cada vez mais degradado pela especulação imobiliária e pela poluição”.
A deputada informou que, desde 2008, o governador Cid Gomes tem em suas mãos a documentação necessária para a regulamentação da poligonal do Parque do Cocó. “A omissão do Governo do Estado sobre essa questão só beneficia os interesses dos especuladores imobiliários e dos grandes empresários da construção civil. E não basta apenas regulamentar. É preciso criar uma política de fiscalização sobre o perímetro do parque do Cocó, é preciso proteger o rio e toda a bacia do Cocó, porque temos notícias de crimes ambientais, desmatamentos e incêndios sendo praticados de forma, no mínimo, estranha, sem que haja uma proteção eficiente na área”, disse.
A deputada alertou que, enquanto não se regulamenta a nova área do Cocó, abre-se um campo ainda maior para o avanço da especulação imobiliária e a prática de crimes ambientais sobre este que é o “maior parque urbano da América Latina”. Estima-se, segundo ela, que em torno de 40% da área total do Parque já foi tomada por construções.
Eliane lembrou ainda que, hoje, Fortaleza tem um baixo nível de arborização. “Cerca de 80% das áreas verdes da cidade sumiram nos últimos 50 anos e isso, inclusive, é um dos grandes responsáveis pela elevada sensação térmica que sentimos em Fortaleza, aliado, obviamente, ao aumento constante da temperatura nos últimos anos – um debate que tem sido travado nos estudos ambientais sobre os efeitos do aquecimento global”, pontuou.
Diante desses fatos, a parlamentar considerou que é importante que todos estejam atentos a esse debate. “É preciso que o Governador Cid Gomes dê um basta nisso e tome a atitude de regulamentar o Parque do Cocó, protegendo-o definitivamente da especulação imobiliária”. JS/CG