O parlamentar lamentou que, no Brasil, os estados não tenham liberdade para promover a transposição. “Enquanto não chegar um presidente que tenha a coragem política de enfrentar a grande mídia do Sul e do Sudeste e os preconceitos regionais, além de estudar e saber sobre a regionalidade do projeto, vamos viver nesses discursos”, considerou.
Carlomano Marques enalteceu políticos que promoveram obras atualmente cruciais para o sistema hidrológico do Estado, como o ex-deputado federal Paes de Andrade. “Quando Paes de Andrade assumiu a presidência, fez a rubrica e o DNOCS assumiu. Agora o Castanhão está aí’’, lembrou. Em 1989, Paes de Andrade, então presidente da Câmara dos Deputados, assumiu a presidência da República durante viagem de José Sarney à Europa. “Quem decidiu politicamente esse problema foi o deputado federal Paes de Andrade. Se ele não tivesse dado a ordem de serviço, ainda estariam conversando, como ainda hoje estão conversando sobre a transposição”, observou Carlomano.
O ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Ferreira Gomes, foi também citado por Carlomano como um dos políticos mais empenhados em tentar resolver o problema da escassez de água no Ceará. “Tem que fazer justiça ao ministro Ciro. Ele teve a coragem de enfrentar todos os preconceitos das oligarquias da Bahia, de Sergipe, de Pernambuco. Colocou o projeto debaixo do braço e saiu discutindo para o País inteiro”, elogiou o deputado. Na avaliação do peemedebista, atualmente o Ceará é o estado brasileiro mais organizado em relação à lei de águas.
Em aparte, o deputado Neto Nunes (PMDB) alertou para a necessidade de construção de grandes barragens. “Já vimos que aqui, de dois em dois anos, de três em três anos, quase todos os poços profundos secam. Os poços não têm mais capacidade”, apontou o deputado, presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional, Recursos Hídricos, Minas e Pesca da AL.
O deputado Ely Aguiar (PSDC) afirmou que “o governo é quem tem a obrigação e o dever de reduzir esses efeitos e informar o que vamos enfrentar no ano seguinte”.
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